Além dos sindicatos rurais patronais, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e as universidades estaduais são importantes parceiros do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Estado. Há incentivo do governo para a capacitação de instrutores, além de trabalho para promoção da agroecologia e de certificação.

O coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios (NEAT) da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP) em Bandeirantes, Rogério Macedo, afirma que tanto Emater quanto as universidades trabalham para dar segurança para os agricultores, por meio da conscientização sobre o modelo de produção que usam. Os dias de campo são exemplos de treinamentos com baixa carga horária, mas que instigam, principalmente os pequenos, a buscar novas capacitações.

"Estamos terminando o planejamento para o ano, mas em 2017 teremos mais eventos formativos previstos, como o circuito tecnológico orgânico", diz. Conforme Macedo, serão organizadas excursões com produtores para propriedades de referência de vários municípios e no NEAT, com objetivo de mostrar na prática as técnicas específicas que garantem maior produtividade e menor custo.

Ainda, ele destaca o primeiro encontro de mulheres produtoras em agroecologia, que visa aumentar o protagonismo feminino no modelo de produção rural, além da criação de uma web TV no NEAT, para melhor difundir informações junto aos agricultores. "A universidade tem um papel fundamental, por reunir experiência com profissionais em formação, que tem grande motivação para socializar o conhecimento", diz. "Estamos em uma era digital e os jovens do campo têm o mesmo interesse que os do meio urbano", completa.

De perto
O gerente de estratégia de comunicação, tecnologia da informação e métodos do Emater, Diniz Dias Doliveira, afirma que a entidade não faz a capacitação formal diretamente, mas complementa a atuação de outros agentes na capacitação do produtor rural. "Damos complementariedade ao conhecimento, porque, às vezes, o problema não é falta de informação, mas a máquina ou o próprio ambiente onde o agricultor cultiva que não são apropriados", conta. Ele também cita dias de campo, oficinas e o programa de rádio do Emater como formas de chegar ao campo.

Ainda, o Senar mantém dois Centros de Treinamento Agropecuário (CTA), um em Ibiporã, Norte do Estado, e outro em Assis Chateaubriand, na região Oeste, com estrutura para cursos de longa duração. A administradora do CTA de Ibiporã, Alex Sandra dos Santos, afirma que a programação mensal é divulgada por e-mail para entidades e produtores cadastrados. "Definimos pela demanda. Temos o curso de soldador rural que é oferecido uma vez ao mês porque sabemos que sempre há procura", conta.

O superintendente do Senar no Paraná, Humberto Malucelli, lembra que são oferecidos treinamentos em praticamente todos o municípios do Estado e exalta os parceiros. "O processo de capacitação é uma necessidade no meio e depende de um conjunto de ações. Não existe avanço se não tivermos uma assistência técnica eficaz que permeie todo o Paraná", diz. (F.G.)