O plantio da primeira área, a SAF Café, ocorrerá na quarta-feira (18), com mandioca hortaliças, frutas, eucalipto e árvores nativas
O plantio da primeira área, a SAF Café, ocorrerá na quarta-feira (18), com mandioca hortaliças, frutas, eucalipto e árvores nativas | Foto: Jean Guerino/Divulgação



O Neat (Núcleo de Estudos de Agroecologia e Território) da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná), em parceria com o Instituto Emater, inicia na próxima quarta-feira (18) o plantio do SAF (Sistema Agroflorestal) na Estação Experimental Agroecológica "Terra Livre", localizada no Campus Luiz Meneghel, em Bandeirantes (Norte Pioneiro).

O SAF é um arranjo de plantas de diferentes portes em que é possível cultivar de forma consorciada hortaliças, frutíferas, café, raízes e madeireiras, possibilitando ao mesmo tempo a produção de alimentos, a geração de renda e a preservação ambiental. A área total destinada a tecnologia é de 1,4 mil metros quadrados e será divida em três tipos: SAF Café; SAF Palmito Pupunha e SAF Maracujá, com duas parcelas cada, cujos plantios ocorrerão a cada três meses.

O plantio inicial será do SAF Café, com as culturas de mandioca, almeirão, alface, brócolis, chicória, rúcula, couve-flor, cebolinha, salsinha, alho-poró, banana, goiaba, manga, além de eucalipto e árvores nativas. "Nossa ideia é ter uma vitrine do sistema aqui no Norte Pioneiro e assim posteriormente disseminar esse tipo de tecnologia para os produtores, assim como para os técnicos de Ater (assistência técnica e extensão rural)", explica o coordenador do Neat, Rogério Barbosa Macedo.

Os próximos dias de campo na Estação Experimental tratarão prioritariamente sobre o SAF, sempre mostrando as possibilidades de aliar renda, produção e ecologia. A expectativa é que daqui um ano as técnicas já estejam sendo aplicadas nas propriedades. Em cidades da região, como Congoinhas e Ibaiti, já existem algumas áreas com SAF. "É uma grande proposta para a região, em que teremos resultados mais efetivos daqui três ou quatro anos", projeta Macedo.

Vale ressaltar que esta tecnologia é conduzida no manejo orgânico, sem nenhum tipo de agrotóxico. Portanto, os produtores certificados conquistam uma renda maior, geralmente 30%, como são negociados nos programas de aquisições de alimentos do governo, como PAA e PNAE. "Este é um sistema que está sendo observado de forma simpática por muitos produtores e traz uma renda constante na propriedade".

Por fim, o coordenador do Neat salienta que institutos de pesquisa estão interessados em realizar a condução dos resultados econômicos na Estação Experimental. "A Área de Socieconomia (ASE) do Iapar mostrou interesse em fazer o acompanhamento econômico e a projeção de renda para os produtores".