'Tudo que conquistei foi com o bicho-da-seda'
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sábado, 11 de novembro de 2017
No município de Astorga, Bento de Carmo Bisca, aos 70 anos, não tem medo de enfrentar "a lida" junto ao bicho-da-seda. São simplesmente 41 anos dedicados à atividade e apesar da correria que enfrenta até hoje, não titubeia em dizer que foi a melhor escolha que fez para sua vida no campo. "Tudo que conquistei foi com o bicho-da-seda."
E olha que ele já tentou diversas atividades: já investiu em leite, abacaxi, produção de ovos, nada que tenha trazido uma rentabilidade tão bacana quanto a sericicultura. Nas duas primeiras criadas da safra atual, Bisca está satisfeito com os resultados. "A última que entreguei foi de 318 quilos e recebi R$ 21,20 o quilo. Os valores estão melhores que o ano passado até aqui."
Aliás, foi em 2016 que o produtor resolveu automatizar o barracão. "Antes tinha que puxar cada conjunto com a mão, agora é tudo no guincho suspenso de uma vez só. Assim faço o trabalho 70% mais rápido."
Na área de três alqueires de amoreira, o cenário também é outro. O filho Arlos, que também possui um barracão com as lagartas, investiu R$ 15 mil numa máquina desenvolvida pela Bratac para agilizar no corte das ramas. "Foi bem importante, porque apesar de termos os barracões separados, na roça estamos juntos e isso facilita para nós dois, já que o bicho precisa comer uma folha fresca."
E mesmo com essa tecnificação, a correria da família Bisca não para. O produtor salienta que com a sericicultura, "apenas oito horas de serviço não funciona". Ele relata que se uma criada é entregue na quarta-feira, dois dias depois o trabalho já recomeça. "É um tempo muito curto para ajeitar o barracão, desinfetá-lo... O bicho-da-seda é melindroso demais e pode pegar doenças como o 'amarelão', por isso tudo precisa ser desinfectado entre uma criada e outra." (V.L.)