Entre as verminoses e outras doenças que atacam ovinos e caprinos, um alerta importante fica em relação à toxoplasmose nos animais. Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, ela é responsável por 25% dos abortamentos nas espécies. Situação perigosa que pode influenciar diretamente na produtividade de quem aposta na atividade.

A prevalência do parasita em ovinos no Paraná, no ano 2010, era de 48%. Ou seja, animais infectados com a doença, mas que não necessariamente desenvolvem os sintomas e problemas. No caso dos caprinos, considerados mais sensíveis ao protozoário, a taxa de prevalência no Estado era de 35,9%. O médico veterinário e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), João Luís Garcia, relata que os abortamentos geralmente ocorrem no final da gestação dos animais. "O importante é que os produtores investiguem bem os abortamentos para concluir qual a causa deles", salienta.

Um detalhe importante: no Brasil não há nenhuma vacina comercial autorizada contra a doença, apenas em alguns países da Europa e Nova Zelândia. Como acontece com os humanos, a toxoplasmose ingressa na propriedade através dos hospedeiros definitivos – os felídeos – mais especificamento os gatos. "Por isso, em nosso caso, a melhor estratégia acaba sendo a prevenção da doença. Uma atenção grande no manejo dos animais e da propriedade."

Entre as estratégias, evitar dar carne crua e mal passada para os gatos. Os felídeos também precisam ter o mínimo de acesso ao pasto, além do controle rígido dos roedores. "Outra estratégia é impedir que os gatos cacem. Para isso, basta colocar um pequeno sino na coleira deles. É importante também dar um destino adequado para a placenta e outros produtos do abortamento", complementa o professor. (V.L.)