A implantação do consórcio milho-braquiária é uma das medidas propostas por Eliana Marson visando à melhoria da alimentação do gado na propriedade da família
A implantação do consórcio milho-braquiária é uma das medidas propostas por Eliana Marson visando à melhoria da alimentação do gado na propriedade da família | Foto: Sandra Brito/Embrapa/Divulgação



O Programa do Empreendedor Rural (PER) – mais do que auxiliar na gestão e finanças dos produtores – também é uma ótima ferramenta de inserção social, mudando a forma como as famílias se relacionam no campo. Isso pode ser comprovado na prática pela produtora Eliane de Fátima Zagali Marson, de Cornélio Procópio, que após participar do curso e desenvolver um projeto para a área em que vive com a família, está se sentindo bem mais pertencente ao trabalho. "Queria participar mais ativamente das atividades junto com o meu marido e não apenas cuidar da casa. Agora, tenho uma nova visão da propriedade".

O Sítio São José fica no bairro Pedregulho, em Cornélio, com 30 hectares distribuídos na produção de milho, soja e pastagem para gado de corte. A família é composta pelo casal Marino e Eliana Marson, além dos filhos Marilice, que hoje faz mestrado em estudos de linguagem na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Vinícius, que cursa agronomia na Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), em Bandeirantes.

O projeto de Eliane ficou entre os dez finalistas do PER, com o objetivo de implantação de cochos para o confinamento do gado a partir de 2017. Agora, o casal irá adquirir 40 cabeças de garrotes com idades acima de 16 meses para engorda. Para melhorar a alimentação dos animais está prevista a implantação do consórcio milho-braquiária.

O projeto de Eliane ficou entre os dez finalistas do PER, com o objetivo de implantação de cochos para o confinamento do gado
O projeto de Eliane ficou entre os dez finalistas do PER, com o objetivo de implantação de cochos para o confinamento do gado | Foto: Faep/Senar/Divulgação



Devido as geadas frequentes durante o inverno no Norte do Estado, a produtora percebeu que o gado da família passava por um "efeito sanfona", engordando no verão e emagrecendo nos período de temperaturas baixas. No projeto, ela propõe o confinamento junto ao consórcio milho-braquiária, garantindo a alimentação dos animais de forma eficiente durante o ano todo. "É algo que já vamos implementar em 2017. A suplementação no inverno será fundamental para que os animais não percam peso".

Mais do que o manejo, a alegria de Eliane está em fazer parte de tudo isso. Ela conta que o marido e os filhos ficaram muito contentes com o trabalho dela. "Por meio do projeto, que minha filha inclusive me ajudou a escrever, tive uma visão mais ampla da propriedade. Quero ajudar meu marido nesse confinamento, justamente para não precisar ter um emprego na cidade, o que é bem mais difícil. Era algo pessoal que precisava conquistar, participar mais ativamente e me sentir inserida. Todos nós estamos muito felizes".