Tecnologia facilitou manejo e melhorou vida dos sericicultores
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sábado, 11 de novembro de 2017
A inovação tecnológica implementada nas áreas de amoreira e também nos barracões onde crescem os bichos-da-seda foram fundamentais para que a atividade ganhasse fôlego nos últimos anos e animasse novos produtores para entrar na atividade. Tudo isso faz com que exista uma expectativa de crescimento da produtividade e, claro, rentabilidade no Estado. Na safra 2015/16, a atividade movimentou R$ 39 milhões, segundo o Deral.
Há dois anos, Iapar e Emater implementaram Redes de Referências em 15 municípios do Noroeste do Estado, onde demonstram todos os avanços tecnológicos disponíveis para a atividade, desde o campo, com novas variedades de amoreiras pesquisadas, técnicas de poda, adubação, espaçamento, irrigação até a mecanização dos barracões onde as atividades são agora automatizadas.
As instalações, com ergonomia moderna, permitem ao agricultor controlar e monitorar a produção em canteiros elevados, que facilitam e agilizam a atividade. O manejo com os bichos-da-seda também foi automatizado com roldanas sobre os canteiros elevados, o que reduziu e muito o trabalho manual e exaustivo.
O técnico da Emater de Nova Esperança e gerente da câmara técnica do complexo seda do Paraná, Oswaldo da Silva Pádua, relata que com cerca de R$ 15 mil o produtor consegue transformar o manejo da propriedade. "Uma máquina de colheita e limpeza do casulo sai por R$ 2 mil. A automação do bosque com cama suspensa e vagonete tem um valor de R$ 5 mil a R$ 6 mil. Outro ponto para facilitar a vida dos sericicultores é a colheita mecanizada da amoreira. Por fim, uma operação dentro das instalações que antes demorava de quatro a cinco dias agora é realizada em seis horas. E tudo isso com linhas de crédito pelo Pronaf que financia (os maquinários) em até dez anos", explica.
Outro ponto importante que está sendo focado pelos técnicos da Emater e da Bratac junto aos produtores é em relação à fertilidade do solo, que melhora a qualidade das amoreiras e, consequentemente, a alimentação dos bichos da seda e o produto final. "Trabalhamos para calibrar essa adubação com os componentes químicos ideais e os produtores estão dando a resposta nesse sentido."
Os barracões também não podem ficar em segundo plano. É preciso continuar investindo em tecnologia, melhorar ventilação dentro deles e assim dar uma condição favorável para o desenvolvimento da lagarta, que se transformará em casulos mais pesados, de melhor qualidade e gerar renda aos produtores. "Estamos junto à pesquisa inclusive trazendo novas variedades de amoreira, mais produtivas e se adequando à realidade de cada região."
Com todas essas ações e novas tecnologias, o produtor depende de menos mão de obra e, consequentemente, "dá espaço para o produtor agregar renda com outras atividades", conclui Pádua.(V.L.)