Novas variedades de amoreiras, técnicas de poda, adubação, espaçamento, irrigação estão entre as inovações da atividade no Paraná
Novas variedades de amoreiras, técnicas de poda, adubação, espaçamento, irrigação estão entre as inovações da atividade no Paraná | Foto: Ricardo Chicarelli



A inovação tecnológica implementada nas áreas de amoreira e também nos barracões onde crescem os bichos-da-seda foram fundamentais para que a atividade ganhasse fôlego nos últimos anos e animasse novos produtores para entrar na atividade. Tudo isso faz com que exista uma expectativa de crescimento da produtividade e, claro, rentabilidade no Estado. Na safra 2015/16, a atividade movimentou R$ 39 milhões, segundo o Deral.

Há dois anos, Iapar e Emater implementaram Redes de Referências em 15 municípios do Noroeste do Estado, onde demonstram todos os avanços tecnológicos disponíveis para a atividade, desde o campo, com novas variedades de amoreiras pesquisadas, técnicas de poda, adubação, espaçamento, irrigação até a mecanização dos barracões onde as atividades são agora automatizadas.

As instalações, com ergonomia moderna, permitem ao agricultor controlar e monitorar a produção em canteiros elevados, que facilitam e agilizam a atividade. O manejo com os bichos-da-seda também foi automatizado com roldanas sobre os canteiros elevados, o que reduziu e muito o trabalho manual e exaustivo.

O técnico da Emater de Nova Esperança e gerente da câmara técnica do complexo seda do Paraná, Oswaldo da Silva Pádua, relata que com cerca de R$ 15 mil o produtor consegue transformar o manejo da propriedade. "Uma máquina de colheita e limpeza do casulo sai por R$ 2 mil. A automação do bosque com cama suspensa e vagonete tem um valor de R$ 5 mil a R$ 6 mil. Outro ponto para facilitar a vida dos sericicultores é a colheita mecanizada da amoreira. Por fim, uma operação dentro das instalações que antes demorava de quatro a cinco dias agora é realizada em seis horas. E tudo isso com linhas de crédito pelo Pronaf que financia (os maquinários) em até dez anos", explica.

Outro ponto importante que está sendo focado pelos técnicos da Emater e da Bratac junto aos produtores é em relação à fertilidade do solo, que melhora a qualidade das amoreiras e, consequentemente, a alimentação dos bichos da seda e o produto final. "Trabalhamos para calibrar essa adubação com os componentes químicos ideais e os produtores estão dando a resposta nesse sentido."

Os barracões também não podem ficar em segundo plano. É preciso continuar investindo em tecnologia, melhorar ventilação dentro deles e assim dar uma condição favorável para o desenvolvimento da lagarta, que se transformará em casulos mais pesados, de melhor qualidade e gerar renda aos produtores. "Estamos junto à pesquisa inclusive trazendo novas variedades de amoreira, mais produtivas e se adequando à realidade de cada região."

Com todas essas ações e novas tecnologias, o produtor depende de menos mão de obra e, consequentemente, "dá espaço para o produtor agregar renda com outras atividades", conclui Pádua.(V.L.)