Com a colheita a todo vapor, Omar Maciel, só na semana passada, colheu 300 dúzias de brócolis-chinês
Com a colheita a todo vapor, Omar Maciel, só na semana passada, colheu 300 dúzias de brócolis-chinês



Uma visita rápida à Ceasa e a reportagem da FOLHA confirmou os números do Deral acerca da força do brócolis na região de Tamarana, que corresponde a 9% da produção estadual. São diversos produtores no município, que tem um clima propício para a hortaliça quase o ano todo. De lá, partimos para a roça de Omar Maciel, que dedica uma área de 25 alqueires para diversas culturas. Além do brócolis-chinês (cabeça-única), o produtor aposta em couve-flor, acelga, repolho roxo, repolho manteiga e repolho verde.

Os números de Omar são surpreendentes. Há três anos, ele vendia na Ceasa em média de 10 dúzias de brócolis por feira. Hoje, são de 50 a 70 dúzias. No dia da entrevista, ele estava todo empolgado com as 140 dúzias comercializadas entre a madrugada e o período da tarde. "Ano a ano o consumo tem aumentado. Antigamente era novidade, ninguém conhecia e agora o pessoal se adaptou. Além disso, acho que aumentou o consumo de comida japonesa que tem muitas receitas com brócolis."

Maciel inicia a semeadura no dia 10 de janeiro e segue até outubro. Apenas nos meses de novembro e dezembro ele considera impossível de apostar na atividade em Tamarana. A grande dificuldade para a hortaliça, segundo ele, não é nem o manejo na terra, mas a pós-colheita. "No inverno planto o Avenger, da empresa Sakata, que é muito bom, mas que em dois ou três dias já começa a amarelar a cabeça. No verão, a variedade é a BRO 68, da Syngenta. No geral, as outras hortaliças conseguem ter uma longevidade maior."

Na semana passada, a colheita estava a toda o vapor e Maciel colheu 300 dúzias. Para isso, ele conta com o apoio de sete funcionários. "O brócolis é bem resistente às doenças e acaba sendo mais fácil do que manejar a couve-flor. O cuidado é mais com o solo, irrigação constante e uma colheita de duas vezes por semana."

Silvano Rodrigues Oliveira também é de Tamarana e numa área de oito hectares ainda se questiona: como o consumo de brócolis aumentou tanto? "À vezes me pego pensando nisso. Só sei que dois anos atrás trazia para a Ceasa de 20 a 30 dúzias. Hoje estou trazendo de 80 a 100 dúzias e vendendo tudo, está até faltando. É muito tranquila a comercialização. Hoje tenho na roça 40 mil pés plantados."

Em relação ao preço, como se trata do inverno e o volume está maior, Silvano relata que a dúzia está saindo a R$ 20, cerca de R$ 1,66 por unidade. No verão, a olerícola pode chegar a R$ 36 a dúzia (R$ 3 por unidade) com certa facilidade. "Podemos dizer que se trata de um preço bom para nós. No verão, essa é uma cultura que exige um pouco mais de cuidado, mas produz também. O que não pode faltar é correção de solo, porque se não com certeza chega na Ceasa um produto inferior."

Em relação às doenças que mais atacam à cultura, Oliveira cita o pulgão. "Acontecem uns ataques, principalmente quando o trigo e a aveia estão secando, o como a plantação de verdura está da lado, acaba vindo na roça. Mas quando chove, isso já sossega." Ele diz que optou por apostar no brócolis-chinês, "por ser muito mais fácil de trabalhar que o ramoso, difícil no manejo e por isso demanda mais mão de obra. Eu só espero que daqui pra frente o consumo continue aumentando, o que incentiva a gente produzir cada vez mais." (V.L.)