Imagem ilustrativa da imagem Suinocultores abatem matrizes ou desistem



O presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir Dariva, afirma que muitos produtores tiveram de fechar granjas neste ano devido ao alto preço da ração, e com uma dívida como herança. Para ele, há o risco de o custo da carne encarecer devido à abertura de mercados no exterior e pela menor oferta nos próximos anos. "Estão abandonando a atividade e diminuindo o número de matrizes alojadas. De uns anos para cá, não tivemos a reposição das fêmeas como deveríamos."
Dariva lembra que uma matriz demora até dois anos após o nascimento para dar as primeiras crias, o que dificulta a substituição. Ainda, explica que o abate é prejudicial porque o criador precisa abrir mão em um momento de baixa remuneração, para buscar um novo animal em momento de recuperação, quando os preços ficam maiores. "Teremos um enxugamento até o fim do ano e quem ficar na atividade vai ter retorno, mas quem ficou pelo caminho teve um prejuízo difícil de pagar e não deve voltar mais ao ramo", afirma.
Somente no Sudoeste do Paraná, o presidente da APS estima a redução da quantia de fêmeas em 20%. Tudo na tentativa de reverter um prejuízo que bate em 10% e atinge também as indústrias menores. "A integradora absorve os custos, porque a maior parte transforma a carne em embutidos e acaba perdendo menos, mas os pequenos frigoríficos, que trabalham só com carcaças, não."
Dariva afirma que todas as previsões apontam para o aumento da área plantada de milho no Estado, o que deve significar um alívio a partir do início do ano. Ele descarta que o valor do grão caia aos níveis dos últimos três anos, mas vê a chance de toda a cadeia se unir para fortalecer a produção. "Vamos ser otimistas, ainda teremos uma boa fatia de independentes que vai sobreviver a esse ano, que foi atípico." (F.G.)