Projeto de capacitação dos produtores será desenvolvido numa parceria da Emater com o Centro Universitário Uningá
Projeto de capacitação dos produtores será desenvolvido numa parceria da Emater com o Centro Universitário Uningá | Foto: Sérgio Ranalli



Apesar da falta técnicos e profissionais especializados para auxiliar os produtores de flores do Estado, em algumas regiões, o trabalho começa ficar mais sólido, com projetos bem interessantes. É o que tem acontecido desde 2012 num trabalho entre o Instituto Emater e o Centro Universitário Uningá.
Há quatro anos, após o 1º Simpósio de Flores e Plantas Ornamentais do Estado, realizado em Marialva, ficou estabelecido que seriam trabalhados os principais problemas dos produtores da região, numa sinergia entre o universidade e o órgão de assistência técnica, levando aos produtores dias de campo, palestras, viagens técnicas e outras formas de solucionar os entraves da cadeia.
Hoje, o trabalho está concentrado em Marialva, mas existe a expectativa de nos próximos anos ampliar para as 29 cidades da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep).
O professor do Centro Universitário Uningá e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Arney Eduardo do Amaral Ecker, um dos responsáveis pelo projeto, explica que já existe uma parceria com algumas empresas, que ele prefere não citar os nomes, para levar aos produtores uma forma mais eficiente na eliminação de pragas por meio do controle biológico. "Temos um problema sério com tripes e ácaros nas rosas, por exemplo".
Outro ideia bem interessante do projeto será a montagem de uma unidade de difusão de tecnologia na Uningá. "Esta é uma outra parceria com empresas internacionais. Eles vão doar material vegetativo, que conduziremos na universidade envolvendo inclusive os alunos. Depois, faremos a transferência de tecnologia aos produtores e mostrar a eles as melhores alternativas para melhorar a qualidade da produção".
Além da melhoria da qualidade - ainda muito inferior comparado às variedades que vem de São Paulo - Ecker cita outros gargalos que precisam ser trabalhados. O primeiro deles é a diversificação da produção, já que a concentração em poucas variedades geram queda nos preços. "Normalmente, chegam produtos de São Paulo com qualidade superior, desenvolvidos em ambiente protegido e com outras tecnologias utilizadas. Isso gera problema na comercialização das flores paranaenses".
Em relação a manejo, o professor cita a dificuldade para a aquisição de insumos e a falta de defensivos específicos, já que não há registros para a região. "O uso de ambiente protegido, por meio das estufas, também é muito importante, porque as rosas, por exemplo, não ficariam a mercê do clima. O valor inicial do investimento é alto, mas se paga em poucos anos. O produtor sofre muito por trabalhar em ambientes abertos".
Outro ponto incentivado aos produtores é a programação rígida para fazer a fertirrigação. "A maioria dessa adubação é feita ‘no olho’, com doses inadequadas e isso traz problemas para a planta. Precisamos levar esses produtores a outro patamar, como nos EUA, com base em acompanhamento por formulários de concentração, além da necessidade de vistoria da presença de pragas, armadilhas com iscas adesivas para, apenas na última opção, utilizar o controle químico. Assim reduzimos os gastos e mantemos a qualidade do material". (V.L.)