Imagem ilustrativa da imagem Projeto deve liberar R$ 300 mil para fomentar plasticultura
Parreiral coberto evita a formação de lâminas d’água na folha ajudando a prevenir doenças como o Míldio


Uma das principais dores de cabeça dos produtores de Marialva em relação à atividade é a concorrência com a uva que vem do Nordeste. De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Andrade, a partir de 2012 a uva de estados como Pernambuco começaram a ser direcionadas ao "mercado interno com mais intensidade" e, devido sua alta qualidade, dificultou a comercialização daqueles que vivem da atividade no Paraná.

Para driblar essa situação, não há outra forma a não ser melhorar a qualidade da uva paranaense. Uma técnica que pode auxiliar muito nesse processo é a plasticultura, na qual todo o parreiral é coberto, o que evita a formação de lâminas d'água na folha e, consequentemente, previne doenças como o Míldio. Hoje, existe uma pequena área de testes implementada em Marialva, cerca de dois mil metros quadrados. O problema é que o custo de implantação varia entre R$ 9 e R$ 10 o metro quadrado.

Nesta semana, contudo, as esperanças foram renovadas para que mais áreas sejam adaptadas à plasticultura. O secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Marialva, Valdinei Cazelato, esteve em Curitiba conversando com o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, Norberto Ortigara, acerca de um projeto para a implantação da técnica em áreas de 30 viticultores, como forma de disseminação da tecnologia. O valor aplicado deve ser de R$ 300 mil, que não foram confirmados até o fechamento desta edição. "Com a cobertura plástica, nossa preocupação com a chuva na colheita desaparece. O investimento é alto, o nosso produtor está descapitalizado, e esse projeto seria uma forma de nos apoiar no início. Como aconteceu com as telas antigranizo, hoje precisamos de uma política pública para ajudar o produtor. Tudo está bem encaminhado e pode se concretizar nos próximos dias", salienta Cazelato.

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Município negocia com o Estado recursos para que mais produtores tenham acesso ao sistema


Hoje, de acordo com o secretário municipal, que também é viticultor de uma pequena área, a uva nordestina chega na região com muita facilidade e os empresários envolvidos com a atividade na região já estão criando toda uma logística para trazer a fruta concorrente. "Os caminhões refrigerados trazem as uvas tranquilamente e qualquer quitanda por aqui tem câmaras refrigeradas para trabalhar com o produto".

O viticultor Odiney dos Santos fez um teste com plasticultura numa área de mil metros quadrados, onde produziu cerca de duas toneladas da fruta. Ele disse que a aplicação de fungicidas nessa área foi aproximadamente 90% menor e a qualidade das uvas está bem superior. "Fica até difícil comparar, porque a diferença é enorme, em todos os sentidos, desde os cachos maiores, redução dos gastos com aplicação de fungicidas, sabor. O que nos falta agora é ter linhas de financiamento e recursos para aumentar a área de plasticultura". (V.L.)