Produtores precisam criar estratégias diversas e, muitas vezes, contar com o apoio das cooperativas na qual estão inseridos para enfrentar invasões de plantas daninhas na lavoura. A cooperativa Integrada, de Londrina, por exemplo, capacita os profissionais que vão a campo com o objetivo de antecipar situações que, por ventura, surjam em safras futuras.
O gerente técnico da cooperativa, Irineu Baptista, relata que numa escala de perigos para a cultura da soja, ele colocaria o capim amargoso no topo da lista de preocupações. "Realizamos excursões técnicas para locais onde os transgênicos entraram anteriormente ao Brasil. A resistência a alguns herbicidas é uma grande preocupação. Não podemos voltar para a enxada", decreta.
Ademar Uemura é produtor em Mauá da Serra e trabalha com milho, trigo e soja numa área de 500 hectares (ha). Ele relata que vem observando uma maior resistência das plantas daninhas há quatro anos. "Já percebi que para o combate da buva e do capim amargoso o glifosato tem falhado em algumas ocasiões. De maneira geral, controlo bem as plantas daninhas variando os princípios ativos, mas isso encarece bastante os custos de produção", avalia.
Além de técnicas de rotação de herbicidas, Uemura aposta, claro, na rotação de culturas. Ele salienta que o controle das plantas daninhas não pode ficar em segunda plano no dia a dia do agricultor. "Nesta safra acabei tendo uma baixa infestação de capim amargoso na cultura do trigo, dispersa por toda a área. A melhor opção, neste caso, foi o controle mecânico com a enxada. O famoso 'enxadox'", brinca ele.
Em Cambé, o produtor Alcino Fávaro atua numa área de 600 ha, também alternando soja, milho e trigo. Para ele, o grande problema não está no controle em si das plantas daninhas, mas sim no incremento do custo produtivo devido ao aumento de aplicações dos inseticidas. "Quando acontece essas infestações, fica difícil ganhar dinheiro. É preciso saber o nível de infestação para ver se vale a pena aplicações extras. Só para se ter uma ideia, para fazer uma aplicação para eliminar o capim amargoso em um alqueire, se gasta no mínimo R$ 200", calcula. (V.L.)