Apesar de ainda não usar o modelo de um ciclo, José Aparecido Lippi pode ser chamado de modelo de produtor de maracujá pelos resultados que obtém. Ele tem hoje 400 pés em 2,4 mil metros quadrados (m²), no Sítio São José, em Santo Antônio da Platina, e pretende plantar mais 600 pés em outros 3 mil m². "Para a próxima colheita vou ter de replantar, mas o investimento não vai ser tão alto porque já tenho o estaleiro pronto", conta.

Lippi cuida da propriedade juntamente com a mulher, Geralda, mas, com a ampliação de área, terá de contratar um funcionário. Ele diz que começou a experiência em dezembro de 2015 e, até maio, colheu cerca de mil caixas de 15 quilos. "A partir de outubro, foram mais 500 caixas, depois mais 250 neste ano e a florada está rápida, revestindo de novo, então vem mais coisa boa por aí", comemora.

Para plantar os 400 pés, o produtor afirma ter gasto R$ 6 mil e a maior parte do custo foi o estaleiro de sustentação das trepadeiras. Depois, conta que é só adubar e fazer a polinização ou, como Lippi chama, "ajudar a mamangava".

A venda ele faz para supermercados e para o Ceasa de Londrina. Ainda faz a própria polpa com frutos menores, para vender a restaurantes da região. Cada caixa de maracujá rende cerca de 6 quilos a um preço de R$ 12 o quilo. Em consórcio, ele planta mandioca para o comércio e um pouco de milho e café, para consumo próprio.

PRODUÇÃO NO PARANÁ
O engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), afirma que o Paraná é o oitavo em produção de maracujá, com 18,6 mil toneladas e 1.255 hectares colhidos no ano de 2015, último balanço fechado. Jacarezinho é a principal região produtora, com 25,4%, mas somente Morretes, na região de Paranaguá, responde por 10,4% da produção. "Em dez anos, o cultivo de maracujá cresceu 48,5% e a produção, 59,3%, porque o produtor considera uma fruticultura viável", diz. (F.G.)