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Odiney dos Santos cultiva uvas da variedade Benitaka em uma área de um hectare e não esconde as boas expectativas para a colheita deste ano: "As frutas estão bem mais doces e graúdas"


O produtor Odiney dos Santos, que há três décadas está no cultivo de uva, trabalha numa área de um hectare e está na expectativa de colher 25 toneladas, um incremento de quase 100% comparado à safra maior do ano passado. Em dezembro de 2015, a colheita chegou a 13 toneladas e na safrinha de 2016, não atingiu 10 toneladas.

A melhora, segundo o viticultor, está diretamente ligada à poda tardia das parreiras, que este ano ele acabou realizando no fim de julho e começo de agosto. "Em junho e julho, época mais tradicional de poda, estava muito frio e resolvemos não arriscar. Depois que fizemos esse manejo, a planta veio com boa carga porque o tempo ajudou bastante a partir daí, com muito sol e chuvas na medida certa".

Com 100% das uvas plantadas da variedade Benitaka, Odiney orgulha-se em dizer que as frutas estão bem mais "doces e graúdas". Com isso, ele espera um melhor preço junto aos compradores, que segundo ele estão pagando pelo produto valor próximo a R$ 4 o quilo. "Ano passado, em dezembro, vendemos na faixa de R$ 2,20 a R$ 2,50 o quilo. A qualidade da uva não estava tão boa como na colheita atual".



Depois de uma safra 2015 e safrinha 2016 ruins, o viticultor espera terminar o ano com mais dinheiro no bolso. Ele explica que normalmente os dez primeiros dias de dezembro são bem complicados para a comercialização, mas que este ano os negócios iniciaram com todo o gás na cidade. "A expectativa é que na semana que vem, nos dias que antecedem o Natal esteja melhor ainda para fechar negócio. A melhora das vendas, sem dúvida, está ligada à qualidade da uva, em novembro já percebemos isso. Estou bem otimista daqui pra frente".

O presidente do Sindicato Rural de Marialva, Lindalvo José Teixeira, está na expectativa que os valores fiquem acima dos R$ 4 o quilo. Segundo ele, os custos de produção estão na faixa de R$ 2,80 a R$ 3 o quilo, puxados pelos valores de mão de obra e defensivos, que juntos correspondem a 70% do montante gasto. "Pelo menos este ano o controle de pragas e doenças foram mais eficientes, com mais tranquilidade para controlar o Míldio, por exemplo. Vale dizer que temos parreirais que vão atingir produtividade de 20 t/ha". (V.L.)

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