Américo Amano fechou a produção de soja com 180 sacas por alqueire: "Com a redução na margem de lucro, produtor tem de ficar atento ao mercado para  garantir rentabilidade"
Américo Amano fechou a produção de soja com 180 sacas por alqueire: "Com a redução na margem de lucro, produtor tem de ficar atento ao mercado para garantir rentabilidade" | Foto: Anderson Coelho/22-07-2016



Neste turbilhão econômico e de exportações em que a representatividade das commodities é evidente, o produtor precisa estar com a informação nas mãos diariamente para a tomada de decisões. Conhecimento de mercado para realizar transações deixou de ser exclusivo dos especialistas e está disponível para todos. É preciso conhecimento em cima dessas ferramentas.

Produtor de commodities há mais de 30 anos numa área de 80 alqueires em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), Samuel Romero Sanches conseguiu acompanhar ao longo das décadas o dinamismo que esse mercado foi ganhando. "Hoje é bem diferente do passado: temos o mercado na palma da mão. Acompanho a Bolsa de Chicago todos os dias e sempre busco a informação para a tomada de decisões".

Ontem mesmo, enquanto conversava com a reportagem da FOLHA, ele já tinha a informação que a saca havia caído quase R$ 1, quando realizada a conversão de moeda dólar-real. "Faz toda a diferença tanto no momento de vender como comprar insumos. Para a safra 2017/18, por exemplo, eu já adquiri tudo que vou precisar".

Com uma produtividade média de 150 sacas por alqueire na colheita de soja deste ano, Samuel relata que travou 40% da safra para pagar os insumos e agora está na expectativa de vender os 60% restantes. "Estou segurando para ver se o mercado reage. Está na faixa de R$ 57 a saca e pelo menos precisa passar dos R$ 60. Vamos aguardar e, quem sabe, se surgir algo no mercado futuro, vamos negociar".

Na opinião de Sanches, apesar da quantidade de informações por todos os lados, a maioria dos produtores ainda não acompanha o mercado de commodities como deveria. "O produtor ainda não tem essa consciência e fica na sombra de terceiros para a tomada de decisões".

Américo Amano é produtor em Londrina e está trabalhando ativamente no setor há 42 anos. Ele explica que ao longo dos anos a margem de lucro da soja foi ficando menor e, para ter rentabilidade, o produtor precisa ficar atento ao mercado. "Hoje tem muita especulação e nem 'bola de cristal' está resolvendo. Precisamos ficar atentos a todas as informações e tirar uma média de tudo para tomar a decisão correta".

Numa área pouco maior que 40 alqueires, Amano fechou com uma produtividade da oleaginosa de 180 sacas por alqueire. "Ainda tenho quase a metade do colhido para comercializar. Preciso pegar um preço bacana para cobrir as contas do ano passado devido às perdas que tivemos. Em 2016, a produtividade foi menor, mas o valor da saca estava em R$ 70. Agora que o volume foi bom, houve essa queda de preços. Espero que pelo menos chegue a R$ 65 para criarmos essa "gordurinha" importante para o futuro". (V.L.)