Para sair de uma produção quase amadora e atingir verdadeiro profissionalismo no segmento, a inseminação artificial acaba sendo uma ferramenta fundamental na produção de ovinos e caprinos. Se quando se trata da bovinocultura a técnica está praticamente arraigada no sistema, no caso da ovinocaprinocultura ainda engatinha. Sem esse investimento de forma sequencial, o País vai continuar patinando na produção desses animais, ocupando hoje o modesto 22º lugar no ranking mundial.

Técnicas estão sendo desenvolvidas para aperfeiçoar e baratear a inseminação artificial nas matrizes. Com elas, é possível pagar R$ 50 por uma dose de sêmen de um campeão nacional. Investimento ínfimo perto do retorno que pode ser gerado.

Com os caprinos, uma ferramenta importante é a inseminação transcervical, bem menos invasiva e mais barata do que laparoscopia, cujo animal precisa passar por uma cirurgia. O médico veterinário Matheus Guimarães Rodrigues explica que através da transcervical é possível realizar a transposição do cérvix (anéis cartilaginosos) e chegar no interior do útero para a deposição do sêmen, sem cirurgia e muita eficiência na prenhez.

"Hoje, pensando apenas em material, o custo com a transcervical seria pelo menos dez vezes menor. Outro ponto importante é que não é necessário um médico veterinário para realizar a técnica, ao contrário da laparoscopia".

Ele acredita que a técnica vem com um facilitador para que criadores tenham tranquilidade em utilizar sêmen de animais geneticamente superiores no seu rebanho através de um "custo baixo e mão de obra que não necessita de tanta especialização". (V.L.)