Os quatro campeões e os produtores classificados até a quinta colocação têm garantida a venda de seus lotes por valores diferenciados
Os quatro campeões e os produtores classificados até a quinta colocação têm garantida a venda de seus lotes por valores diferenciados | Foto: Apar/Divulgação



O Prêmio Café Qualidade Paraná foi entregue quinta-feira (20) a cafeicultores que se diferenciam na condução de suas lavouras, colhendo grãos que se transformam numa excelente bebida, os chamados cafés especiais. Foram premiados 20 produtores, em quatro categorias. A cerimônia foi realizada na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Londrina, e reuniu cerca de 350 participantes.

O objetivo do concurso é valorizar a bebida paranaense, uma estratégia para abrir aos cafeicultores do Estado a possibilidade de conquistar novos mercados, ampliar negócios e aumentar a rentabilidade da atividade. Nesta edição, os primeiros colocados são todos da região Norte do Estado: Evilásio Shigueaki Mori, de Cambira; Flávia Jacob Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho; Ceres Trindade de Oliveira Santos, de Joaquim Távora, e Laura Inocência de Freitas, de Tomazina, chegaram ao prêmio após superar mais de 240 concorrentes.

"O Paraná já é reconhecido como um produtor de cafés de alta qualidade, embora tenha havido redução de áreas nos últimos anos e a produção seja pequena, comparada com outros estados", diz o economista Paulo Sérgio Franzini, da Câmara Setorial do Café, coordenador do concurso. "Os cafeicultores hoje buscam a qualidade para sobreviver na atividade em pequenas áreas pois a maioria dos participantes são da agricultura familiar", destacou.

CAFÉS ESPECIAIS
Os cafés especiais abrangem conceitos que vão desde a característica física dos grãos, origem e variedades, até preocupações de ordem ambiental e social. "Atributos físicos e sensoriais são avaliados pelos jurados, como sabor e aroma", explica Franzini. "Uma planta bem nutrida, terá menos problemas de doenças e resultará no fruto mais bonito e vigoroso", diz ele, lembrando que o café é um fruto e, assim como outras frutas, pode apresentar aromas e sabores diferentes.

Segundo Franzini, para chegar aos bons resultados é importante que o produtor faça uma colheita seletiva com o maior percentual possível de grãos maduros. A secagem deve ser em terreiro protegido, suspenso ou direto no secador. E é fundamental ainda a separação dos lotes por bebida. "Tudo isso só depende da atitude do produtor em cada etapa, porque ninguém vai estar lá na propriedade para fiscalizá-lo."

PRÊMIO
O concurso Café Qualidade Paraná é realizado nas categorias café natural e cereja descascado. Os cafeicultores devem inscrever um lote de seis a oito sacas. Pequenos agricultores familiares competem com microlotes, de apenas duas sacas.

Nesta última etapa estavam na disputa 26 lotes de café natural e 17 de cereja descascado. Foram premiadas quatro categorias. Primeira com o café natural - que é aquele que tem um processo de pós-colheita com secagem de forma natural, também chamada via seca; depois o cereja descascado, chamado via úmida, que tem a intervenção do produtor na retirada da casca do café. A terceira categoria é o café microlote, que se divide em natural e cereja descascado, mas que vem da agricultura familiar e concorre com duas sacas.

O lote vencedor de cada categoria vai representar o Paraná no concurso nacional, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A produção dos cinco melhores cafeicultores no concurso tem a venda garantida como forma de incentivo.

Os quatro campeões têm garantida a venda de seus lotes pelo valor de R$ 1.200 a saca, o dobro da cotação registrada na quarta (19) na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F), em aquisição feita com o apoio dos patrocinadores do concurso. A garantia se estende aos produtores classificados até a quinta colocação, respectivamente no valor de R$ 1.080, R$ 960, R$ 840 e R$ 780 cada saca.