Rodrigo Truffa, de Jundiaí (SP), entrou na atividade após ganhar uma cabra de presente de um paciente: "Quero me tornar uma referência em genética de caprinos"
Rodrigo Truffa, de Jundiaí (SP), entrou na atividade após ganhar uma cabra de presente de um paciente: "Quero me tornar uma referência em genética de caprinos" | Foto: Fotos: Marcos Zanutto


Eles ainda não estão na ExpoLondrina com rebanhos enormes, mas certamente os caprinos já levam ao Parque Ney Braga histórias bem interessantes. É o caso do médico cardiologista Rodrigo Augusto Meirelles Truffa, de Jundiaí (SP), que há sete anos ganhou uma cabra de presente de um paciente e gostou tanto do animal que resolveu desenvolver a atividade. Uma paixão tão avassaladora na família que o Capril Truffa, localizado em Cabreúva, se tornou uma atividade excelência da raça Anglonubiana. Hoje ele conta com um rebanho de 140 animais e atua com genética de ponta, com transferência de embriões e inseminação artificial, inclusive comercializando com criadores de referência pelo País.

Rodrigo é a prova de que a caprinocultura conquista novos criadores e tem potencial enorme de crescimento. Hoje, no Paraná, são aproximadamente 151,1 mil cabeças, o que coloca o Estado em 8º lugar no ranking nacional. Na ExpoLondrina é possível perceber a proporção com os ovinos: são quase 10 ovinos para um caprino.

Truffa relembra que o investimento inicial foi grande, afinal, rodou diversas propriedades na busca por animais de ponta. Ele percebeu, entretanto, que para que o capril desse retorno significativo, teria que trabalhar com genética de forma rigorosa. "No início, pegava um macho e ia melhorando meu rebanho gradualmente. O leite que produzia eu não vendia, dava para um vizinho, a família fazia queijo e os animais que nasciam eu acabava vendendo barato", conta.

Há três anos ele mudou a estratégia: comprou sêmen de animais premiados e agora está montando um laboratório de melhoramento genético da raça. "Agora os criadores tradicionais e renomados do Nordeste, por exemplo, me procuram. Eles vêm buscar genética em minha casa. Os animais me dão um retorno maior, consigo comercializá-los por um preço mais elevado e, como o capril se tornou uma marca, o pessoal vai buscar essa genética em minha casa", afirma.

O criador relata que hoje consegue atender tanto o pessoal com rebanhos voltados para a produção quanto para genética. Para o futuro, a ideia de Rodrigo é especializar ainda mais os animais do seu capril. "Meu objetivo é sair de 140 animais para metade disso, focando em qualidade. Quero me tornar uma referência em genética de caprinos", planeja.

Em relação ao manejo dos animais, o criador relata que "criar cabra é a coisa mais fácil que existe". "É um animal bem resistente, precisa apenas de cuidados normais com vacinas, vermifugação e também ao seu bem-estar. Ele não gosta de tomar chuva, então se tiverem um local para se abrigar, não há problema para eles. Eles comem de tudo, por isso é preciso ter cuidado com as roupas no varal", brinca o criador.