Setor avícola aposta em crescimento de 5% em abates e em produtividade; problemas sanitários em outros países favorecem exportações do Brasil
Setor avícola aposta em crescimento de 5% em abates e em produtividade; problemas sanitários em outros países favorecem exportações do Brasil | Foto: Arquivo Folha



Com mais quantidade de milho, a tendência é que o preço das rações diminua em 2017 e impulsione a produção de gado, aves e suínos. Veterinário e técnico de pecuária de corte e leite do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), Fábio Mezzadri considera que 2016 foi um ano atípico, de pressão de custos, mas que pode ser seguido por um bom momento para os produtores.

Apesar de o abate de matrizes ter aumentado no Estado na última década, Mezzadri diz que a abertura de novos mercados e a possibilidade de valorização da carne bovina podem fazer brilhar os olhos dos criadores. "Vemos uma movimentação de produtores estimulados e animados, mas é um clico que demora quatro anos e que deve ocorrer sem aumento de área usada, mas com novas tecnologias, lotação e produtividade", cita.

Novos mercados que também devem impulsionar a suinocultura. Com cerca de 80% dos criadores integrados, ele diz que os custos com ração atrapalharam mais a indústria. Porém, vê como normal a demanda pela carne de porco no ano e chance de aumentar a receita em 2017. "A tendência é manter o que já foi conquistado e, como as indústrias ampliaram os parques fabris, devemos ter aumento da produção", afirma o administrador do Deral Edmar Gervásio.

Mesmo otimismo é apresentado pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. Para ele, os criadores foram pegos de surpresa pelo aumento do custo de insumos, mas não há por que temer o mesmo cenário no próximo ano diante do melhor cenário de estoques de grãos. "Deveremos crescer ao menos 5% em abates e em produtividade, pois estamos apurando nossa competitividade e existe essa questão sanitária internacional, da gripe aviária no hemisfério norte, que deve beneficiar o País", projeta.

Martins acredita que é preciso continuar a procura por novos parceiros comerciais. "Sempre que ocorrem questões sanitárias, esses importadores se voltam para o Brasil e o Paraná e, nos lugares em que colocamos nossos produtos, não saímos mais. Só precisamos continuar com nosso dever de casa", completa. (F.G.)