Imagem ilustrativa da imagem Novo Itocolomi: polo de sucesso para banana e outras frutas
| Foto: Saulo Ohara
Por semana, o município envia 26,4 toneladas de banana nanica às Ceasas de Maringá, Londrina, mercado de Ponta Grossa, além de escolas de 23 municípios da região, informa o produtor e presidente da Cofai, João Rodrigues



Nos quase 200 mil quilômetros quadrados do território paranaense, existem muitas regiões com cases importantes relacionados à fruticultura. Bolsões de sucesso, de fruticultores capitalizados, que provam que é possível o Paraná galgar objetivos maiores na cadeia. Desta forma, o Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura pode cair como uma luva no Estado nos próximos anos.

A pequena cidade de Novo Itacolomi – a aproximadamente 100 quilômetros de Londrina – pode passar despercebida num primeiro momento. O que talvez o leitor não saiba é que de lá saem aproximadamente 26,4 toneladas de banana nanica semanalmente que abastecem as Ceasas de Maringá, Londrina, mercado de Ponta Grossa, além da alimentação escolar de 23 municípios da região. O montante anual chega a 2,3 mil toneladas e o VBP (valor bruto de produção) próximo de R$ 1,4 milhão.

Todo esse volume está diretamente ligado à Cofai (Cooperativa dos Agricultores Familiares de Novo Itacolomi), que possui 196 cooperados, sendo 45 deles dedicados à banana. Mas a produção de frutas não para por aí: muitos produtores ainda apostam na laranja (3 a 4 toneladas por semana), goiaba, caqui, pitaia, mamão, melão e melancia. "A fruticultura é um negócio muito bom, uma alternativa ao pequeno produtor, que consegue se manter com uma renda semanal. Além disso, é um serviço que toda a família pode fazer", explica o presidente da Cofai, João Rodrigues, que numa área de quatro hectares trabalha com 6 mil pés de banana, com safra praticamente anual. A cooperativa nasceu em 2009, quando bananicultores da região de um grupo informal perceberam que esse modelo seria importante para adquirir implementos e também fortalecer a comercialização do produto. Com o tempo, produtores de outras frutas foram ingressando. "Nossa ideia surgiu no momento de comprar um pulverizador em conjunto para combater pragas e doenças. Além disso, com a cooperativa podíamos participar dos programas de alimentação escolar. Assim, a partir de 2010 começou a funcionar", explica João. O interessante é a cooperativa entender que tem potencial para crescer e, quem sabe, no futuro chegar ao mercado internacional. Caminho, que segundo Rodrigues, está diretamente ligado a melhorar a qualidade do produto. "Precisamos caprichar e temos aqui alguns produtores teimosos que ainda não perceberam isso. Quando se produz de forma diferenciada, a venda é muita rápida. Por outro lado, temos visto que a produção de frutas do Paraná ainda é pequena e chega muita coisa de outros estados nas Ceasas", salienta.
Imagem ilustrativa da imagem Novo Itocolomi: polo de sucesso para banana e outras frutas



MANEJO E DESAFIOS
No manejo, ele cita alguns cuidados que o produtor precisa ter ao longo da safra de banana, como por exemplo o ensacamento dos cachos, retiradas de folhas e aplicações de defensivos de forma eficiente. Aliás, esse é um problema que incomoda os produtores.

Segundo o presidente da cooperativa, em outros estados a lista de defensivos é maior para combater pragas e doenças e como o Paraná não libera muitos deles, a banana paranaense acaba perdendo competitividade. "O Estado nos ajuda pouco. Sem essas liberações, acabamos tendo que aplicar outros produtos e em maior volume. Entretanto, a banana produzida em outros locais pode ser vendida aqui sem nenhum problema."

Um caso recente foi para o combate da broca da bananeira, inseto capaz de comprometer 30% da produtividade. Com a proibição do uso produto químico específico, a Cofai, em conjunto com a Emater, buscou um saída para enfrentar o problema: um inseticida biológico a base de fungo, o beauveria.

Outro desafio – esse muito comum no campo – é a dificuldade na sucessão familiar e falta de mão de obra. "Estamos sem juventude na roça. Se não tiver incentivos àqueles que têm condição de tocar (a lavoura), tudo vai acabar. É claro que temos condição de incrementar a produção, melhorar a qualidade para exportar, mas precisamos colocar a cabeça na profissionalização do trabalho", resume. (V.L.)