Considerada uma das plantas de maior difusão no mundo, a cebola movimenta em torno de R$ 6 bilhões anuais no País. Ao lado do tomate e da batata, a cebola é uma das três olerícolas mais importantes, tanto pelo volume produzido quanto pela renda gerada. Números apresentados no XIX Seminário Nacional da Cebola em abril deste ano, em São José do Rio Pardo (SP), indicam que a produção brasileira oscilou, nos últimos anos, em torno de um milhão de toneladas anuais.
Na última safra, a produção brasileira foi de 939.698 toneladas, mas há ainda a previsão de entrada de outras 200 mil toneladas importadas da Argentina, em razão dos acordos internacionais, que atingirão a casa do 1.139,698 toneladas. ''É uma produção muito grande, considerando o consumo, que hoje é de apenas 80 a 85 mil toneladas por mês, o que equivalem a 960 mil toneladas no ano'', avalia o engenheiro agrônomo, Iniberto Hamerschmidt, coordenador estadual de olericultura do Instituto Emater, em Curitiba.
O baixo consumo da cebola (cerca de 4 quilos por habitante por ano), está mobilizando o Estado no sentido de divulgar as vantagens medicinais da olerícola, com confecção de folders que incentivam o consumo. ''Cada pessoa hoje consome 18 gramas de cebola por dia, quando a recomendação médica é de 50 gramas por dia'', explica o agrônomo. (Veja Box). A campanha será intensificada no período entre 15 de novembro e 15 de janeiro, quando acontece a colheita.
Além do consumo pequeno os produtores esbarram também no preço do produto. De acordo com Iniberto, para cultivar um hectare, o produtor precisa investir cerca de R$ 6 mil. A produção atinge uma média de 20 mil quilos por hectare, com custo de R$ 0,30 o quilo. ''O preço baixo permaneceu de dezembro até final de abril. Os R$ 0,20 praticados não cobriram nem os custos de produção'', informou o agrônomo. Por causa da defasagem no preço, alguns produtores estocaram a cebola até o fim da safra o que garantiu um preço melhor, de R$ 0,50 o quilo.
No sul do Brasil, com a falta de cebola nesta época do ano, o preço no varejo atinge até R$ 2 o quilo. ''A grande vantagem é que nessa época se consome em menor escala o produto''.
O Paraná colheu na última safra (2006/2007) um total de 98.388 toneladas, numa área de 6.631 hectares plantados. O estado abriga cerca de 6 mil produtores, responsáveis pelo cultivo de pouco mais de um hectare cada um. A cebola é produzida, principalmente por pequenos produtores, que utilizam a mão-de-obra familiar no cultivo das lavouras.
De acordo com o engenheiro agrônomo Iniberto Hamerschimdt, 60% da produção de cebola no estado se concentra, principalmente, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A região de Irati (135 km ao norte de União da Vitória) é a segunda maior produtora com 20% da produção e o restante se divide entre as outras regiões do Estado. O norte-pioneiro mantém apenas 2,3% da área cultivada, com a maior produção na região de Wenceslau Braz.