A criação de políticas para industrialização no agronegócio deve ocorrer em paralelo à adoção de políticas de garantia e seguro para a produção no campo, bem como de maior envolvimento na cadeia até o consumidor final, para uma melhor divisão do valor agregado. "O produtor rural deve ter o ganho garantido, porque é ele que enfrenta o maior risco", diz o economista Roberto Zurcher, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Com a força das cooperativas e associações do tipo no Paraná, muitos pequenos agricultores e pecuaristas conseguem obter parte da renda na divisão de recursos. Mesmo assim, é preciso melhorar a transparência nas relações. "Se ele vende internamente para uma processadora, nem sempre consegue reter parte desse prêmio por oferecer um insumo de maior qualidade. Esse relacionamento pode ser melhorado de acordo com cada cadeia, mas com um maior envolvimento do produtor na busca por qualidade do produto", diz a superintendente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alinne Oliveira.
Ela exemplifica que a carne exportada à União Europeia oferece prêmios maiores, mas que exige rastreabilidade do produto dentro de toda a cadeia. "O produtor tem custo maior e o frigorífico deveria repassar parte desse prêmio a ele. Se ele entender o processo todo, vai investir internamente ou poderia usar essa informação para negociar com a agroindústria", completa Aline. (F.G.)