O figo-da-índia é outra aposta da família Akamatsu, em Carlópolis; a produção tem mercado certo: a Ceagesp, em São Paulo. Veja mais em vídeo utilizando o aplicativo Realidade Aumentada
O figo-da-índia é outra aposta da família Akamatsu, em Carlópolis; a produção tem mercado certo: a Ceagesp, em São Paulo. Veja mais em vídeo utilizando o aplicativo Realidade Aumentada | Foto: Fotos: Marcos Zanutto



A Associação dos Olericultores e Fruticultores de Carlópolis (APC) - que tem como carro-chefe a goiaba, mas também trabalha com outras frutas - confirma que a produção de lichia na região ficou bem aquém do esperado. Devido à bianualidade da cultura, 2017 já seria naturalmente um ano de menor produção, mas de fato os fatores climáticas atrapalharam demais a safra. "Temos em torno de 20 produtores de lichia e muitos deles trabalham com a fruta de forma consorciada com outras culturas. Com essa queda na produção, o preço do produto este ano vai ficar bem elevado", projeto o presidente da APC, Rodrigo Viana.

Noriaki Akamatsu trabalha com lichia desde 1994, quando resolveu apostar na fruta por ser uma novidade na época. "Era algo exótico e de lá para cá não parei mais, seja em momentos bons ou ruins". Hoje ele conta com uma área de dois hectares, em torno de 210 pés em plena produção.

Entretanto, 2017 ficou bem aquém das expectativas. No ano passado foram produzidas 16 toneladas da fruta e a expectativa de Akamatsu é que agora ficassem em pelo menos oito toneladas, seguindo a normalidade do manejo. Entretanto, em plena colheita, o produtor acredita que deva fechar próximo a apenas duas toneladas. "Foi algo que pegou os produtores de lichia do Brasil inteiro. No momento que era para estar esfriando, pegamos muita chuva e calor."

No momento da florada que era para estar esfriando o excesso de chuva e o calor atrapalharam a produção da lichia
No momento da florada que era para estar esfriando o excesso de chuva e o calor atrapalharam a produção da lichia



Como no ano passado a produção de lichia superou as expectativas, o preço recebido por Akamatsu ficou na faixa de R$ 2,50 o quilo. Este ano ele projeta que o valor ultrapasse a casa dos R$ 10 o quilo, e ele acredita que ainda vai "estar barato". "Sem dúvida este preço não compensa a baixa produção, é muito pouco para dois hectares. Outro problema é o ataque de ácaros, o que faz que aumentemos o número de aplicações de defensivos antes da florada e assim os custos de produção aumentaram."

Se ano passado ele precisou de 25 pessoas para a colheita das 16 toneladas de lichia, este ano acredita que pode fazer apenas com a família de três pessoas. Para compensar um pouco a baixa rentabilidade neste final de ano, o produtor também aposta na comercialização do figo da índia, que ele possui em torno de 250 pés em 0,3 hectares. "Ela comercializa bem e acabamos enviando tudo para a Ceagesp, em São Paulo. Quero comercializar a pelo menos R$ 5 o quilo", projeta.

MANGA COMPENSA QUEBRA DA LICHIA
Acostumado com uma colheita volumosa, Augusto Tsuczizaki, de São Sebastião da Amoreira, sofreu com a colheita nula de lichia este ano, algo que nunca aconteceu em 20 anos de atividade na propriedade . "Ano passado foi a maior safra que já tivemos. Em 700 pés, cerca de cinco hectares, atingimos 25 toneladas. Este ano, não vamos colher nada, 'carga zero'", salienta ele, ainda frustrado com o ocorrido.

Em busca de atenuar este prejuízo neste momento importante de fim de ano, Tsuczizaki tem esperança com as mangas na propriedade. São mais duas semanas de colheita daqui em diante com a expectativa de 25 toneladas para a comercialização. "É uma fruta que vende bem neste momento e acredito que possa ter uma margem de pelo menos R$ 1 o quilo, já que os custos não tão elevados. No ano passado acabei conseguindo vender a lichia por R$ 3,20 o quilo."