Os números substanciais da produção florestal paranaense e aumento de sua representatividade frente ao País no último ano estão diretamente ligados a empresa Klabin e como ela tem investido no Paraná. Em março de 2016 entrou em operação a Unidade Puma, em Ortigueira, o que fez a empresa dobrar a sua capacidade de produção e se tornar a única empresa do Brasil a oferecer ao mercado, a partir de uma mesma planta industrial, celulose de fibra curta (eucalipto), celulose de fibra longa (pinus) e celulose fluff (utilizada na fabricação de fraldas e absorventes descartáveis).

No empreendimento foram investidos R$ 8,5 bilhões, incluindo infraestrutura (como um ramal ferroviário de 23 quilômetros) impostos e correções contratuais, e representa o maior investimento privado da história no Paraná. A nova unidade tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose ao ano, sendo 1,1 milhão de celulose de fibra curta e 400 mil toneladas de celulose de fibra longa. Uma parcela da celulose de fibra longa é convertida em celulose fluff, a única do País produzida a partir de florestas plantadas de pinus, processada em uma unidade industrial inteiramente projetada para essa finalidade.

Só como análise comparativa, em 2015 o volume mensal de recebimento de madeira da empresa era em média 310 mil ton/mês. Hoje, esse volume está em torno de 810 mil ton/mês. "Para 2018, estamos prevendo um pequeno aumento no volume de consumo, algo em torno de 5%, atingindo a capacidade de projeto, de 850 mil ton/mês", projetam o diretor Florestal da Klabin, José Totti, e o gerente de planejamento florestal, Claudio Ortolan.

Junto aos produtores, a estratégia da empresa é o chamado Programa de Fomento Florestal, que promete "ampliar e diversificar a renda nas comunidades e consiste no estímulo à formação de florestas plantadas em propriedades rurais vizinhas às operações da empresa, auxilia na fixação dos agricultores na terra, promove a recuperação da vegetação e diversifica cultivos". "Existem parcerias de fomento de várias modalidades, variando de acordo com o perfil do produtor, podendo ser com total fornecimento de insumos e mão de obra ou apenas insumos. O programa já beneficiou 19 mil produtores rurais e distribuiu mais de 160 milhões de mudas", explicam os representantes.

Atualmente, a Klabin tem, nos Campos Gerais, a maior operação florestal do mundo. São cerca de 180 mil hectares de áreas plantadas e uma colheita de 10 milhões de toneladas por ano, ou 30 caminhões por hora. "A Klabin sempre foi um agente importante no mercado florestal regional, tanto vendendo toras mais grossas para a indústria regional, como comprando madeira e cavacos para produção de celulose e resíduos para energia. Esse percentual teve variação ao longo dos anos, cerca de 20% a 25% do consumo de madeira é comprada de produtores regionais."

Por fim, vale ressaltar que a Unidade Puma eleva a Klabin à condição de autossuficiência energética, com produção de 270 MW de energia, dos quais 120 MW são consumidos pela Klabin e os 150 MW excedentes, suficientes para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes, que são disponibilizados no Sistema Elétrico Brasileiro. (V.L.)