Os aplicativos colocam as informações de forma organizada, transformando-se em algo útil para o negócio, opina especialista
Os aplicativos colocam as informações de forma organizada, transformando-se em algo útil para o negócio, opina especialista



Na velocidade pela informação, produtores fazem downloads e rodam aplicativos no meio da lavoura para encontrar especificidades de manejo em suas culturas. Algo que pouca gente imaginava há dez anos hoje acontece com frequência, mostrando a força da informação imediata para o campo. O agricultor não quer esperar a próxima visita do agrônomo na propriedade, ele quer saber exatamente que mal o aflige e já pensar estratégias e soluções.

Muitas vezes, toda essa agilidade parte de jovens produtores: aqueles que estão se preparando para a sucessão familiar. Um caso bem bacana é de Jorge Larini Junior, de 25 anos, que fez download de um aplicativo que apresenta um banco de dados e estratégias para combate de doenças, pragas e plantas daninhas das principais lavouras brasileiras. Ao saber da eficiência do app, Jorge rapidamente passou para seu pai, Cézar Larini, e outros produtores, que começaram a utilizar a ferramenta no dia a dia.

Pai e filho trabalham numa área de 400 alqueires distribuídas por Nova Santa Bárbara e São Jerônimo da Serra, com o negócio focado em grãos. O rapaz comenta que a busca por novas tecnologias vem do avô e seu pai sempre aposta em maquinários de ponta, o que inclui o uso de ferramentas de agricultura de precisão. "Sempre estamos em palestras e dias de campo para saber das novidades que possam aumentar nossa produtividade e, claro, a rentabilidade".

Há cerca de um ano e meio ele baixou o aplicativo e não deixou de usá-lo até hoje. O banco de dados com fotos e informações detalhadas de possíveis ameaças para a lavoura, além da interação com uma equipe de agrônomos, já fez com que os produtores resolvessem situações logo que encontraram a praga no campo. "Pelo app, já cheguei identificar porque uma lagarta comia as folhas de diferentes formas. Aí, já vi qual defensivo era mais indicado para o caso. Se em nossa área não tinha o produto especificado, já conseguia buscar um similar e alinhar com os técnicos qual a dosagem. Foi uma tecnologia que nos ajudou demais. Foi tão boa que não tive dúvidas em disseminar para os meus amigos". Cézar complementa dizendo que, "a praticidade do aplicativo é que, quando não se identifica a praga ou doença, é possível tirar a foto e enviar na hora para o agrônomo, que responde prontamente sobre ela. Facilita muito a nossa vida aqui no campo".

Para o jovem agricultor, não há dúvidas que este tipo de estratégia tem muito para evoluir. Ele sugere, por exemplo, um aplicativo que mostre se em uma determinada concessionária há peças específicas para a reposição das máquinas agrícolas que possui. "Quem conseguir adaptar essas tecnologias no dia a dia, sem dúvida vai otimizar muito o manejo".

Felipe Okimura, de 22 anos, também se prepara para o futuro e já auxilia seu pai em propriedades nos distritos de Paiquerê e Maravilha, na região de Londrina. Ele explica que já adotaram algumas medidas tecnológicas que cabem no orçamento, como GPS, sensores e ferramentas para informatizar a gestão. "Já baixei diversos aplicativos, todos relacionados a manejo. A maioria deles já desinstalei do meu celular, mas um deles mantive até hoje".

Ele explica que algumas situações exigem respostas imediatas, como por exemplo a identificação de uma planta daninha. "Muitas delas são muito parecidas, e só com um banco de dados no celular no momento que você a encontra pode ajudar. Não tenho dúvidas de que, como acontece em outros segmentos, esse tipo de plataforma tecnológica está se tornando cada vez mais utilizada na agricultura. O interessante é que, de forma geral, aplicativos não custam caro ou são até gratuitos. O custo-benefício pode ser bem interessante para o produtor", opina.(V.L.)