A tecnologia implementada na evolução genética de animais quando se trata da pecuária – seja de corte ou leiteira – é inquestionável e já faz parte do dia a dia de muitas propriedades. A inseminação artificial é uma ferramenta utilizada em fazendas de ponta, mas ainda representa menos de 10% de representatividade no Paraná, número que ainda tem muito para crescer. O Centro-Oeste do País, por exemplo, concentra o maior percentual de vacas inseminadas na safra. Mato Grosso do Sul está no topo do ranking, com 18%.

Com todo esse mercado em potencial, empresas e startups se projetam para um 2018 de muitas oportunidades e altas rentabilidades. É o que mostra o programa Multi Agro desta semana. A apresentadora Luly Barbero apresenta técnicas de inseminação e como as empresas trazem novas ideias para o setor. A exibição inédita acontece amanhã (7) na MultiTV, às 8 horas, com reprises programadas durante toda a semana.

E o aquecimento do mercado é justificado em números. O último levantamento divulgado pela Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) – que representa 95% do mercado brasileiro e tem como associados empresas do setor de genética, nutrição, saúde animal, associações de criadores, entre outros - relata que no primeiro semestre de 2017 as vendas no mercado interno cresceram 7,6% no País. O desempenho das exportações foi ainda mais interessante: crescimento de 60,4%.

O presidente da entidade, Sergio Saud, projeta com otimismo o movimento para este ano. "A tendência é que o mercado de genética de corte mantenha o crescimento no uso da técnica de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo), com a retomada dos investimentos em cruzamento industrial, com utilização de sêmen de angus e de outras raças taurinas. Já para o mercado de genética leiteira, esperamos que mantenha o ritmo de recuperação observado no primeiro semestre de 2017."

O médico veterinário do Deral (Departamento de Economia Rural), Fábio Mezzadri, relata que a técnica do IATF - que promove a sincronização da ovulação das fêmeas bovinas após a administração de medicamentos em dias predeterminados – ajudaram a potencializar o segmento. "Com a técnica, há um controle maior de como trabalhar com o rebanho, no momento mais conveniente, sem a necessidade de observação do cio do animal. Mesmo assim, ainda há muito espaço para a disseminação da tecnologia no Estado"

IDEIAS QUE TRANSFORMAM O MERCADO
Imagine um aplicativo de celular em que o pecuarista acessa e escolhe – em meio a uma diversidade de critérios – o melhor touro e genética para o seu rebanho, de uma forma simples e prática, sem a necessidade de analisar uma infinidade de catálogos de diferentes empresas.

Essa espécie de "Tinder" das vacas nasceu no 2º Hackathon Smart Agro, durante a ExpoLondrina do ano passado, e se tornou a startup COWME, que está atualmente incubada na Go SRP Agritech, aceleradora da Sociedade Rural do Paraná (SRP). Os sócios-fundadores Gilson Doi Junior, Gabriel Marques da Silva e Thiago Ferezim tiveram essa sacada durante a Expo, após visitarem empresas ligadas à genética bovina.

Gilson explica que a ideia é que o pecuarista trabalhe com seu rebanho de forma mais objetiva, direcionando os parâmetros que está buscando na melhoria genética. "Assim, ele conseguirá olhar com mais critério e objetivo para pontos como carcaça, gordura e miscigenação de raças."

O próximo passo para que o aplicativo de fato comece a operar é encontrar para a equipe da COWME um profissional zootecnista ou veterinário para atuar nos espectro agronômico da startup. "Já estamos há dois meses procurando esse profissional. Após isso, vamos começar a entrar em contato com as associações para iniciar as parcerias e catalogação desse plantel genético em nosso negócio", complementa Junior.