José Ângelo e Luís Metta reclamam da concorrência com produtores do interior de São Paulo que os impede de melhorar os ganhos
José Ângelo e Luís Metta reclamam da concorrência com produtores do interior de São Paulo que os impede de melhorar os ganhos | Foto: Sérgio Ranalli



Na região de Apucarana está uma família que ano após ano mostra que a produção de flores tem uma força muito grande e pode ser altamente rentável, desde que estejam adequados os custos de produção e os olhos voltados à comercialização. A família Metta é considerada exemplo na atividade, com uma fatia bem interessante das flores plantadas em todo o Estado.

Tudo começou com o casal Ildefonso e Maria, ainda na década de 1970. Ele trabalhava como mecânico na região e, com a solicitação da empresa para atuar em outra cidade, preferiu apostar nas flores, uma paixão antiga. Dona Maria conta que foram 11 anos cultivando apenas rosas, iniciando com 20 mil enxertos. "Depois vieram os crisântemos, que nossos filhos trabalham até hoje, entre outras variedades", explica ela.

Atualmente Ildefonso cuida apenas das suas orquídeas – quase como um hobby – mas os seis filhos do casal continuam na atividade que, podemos dizer, já é milionária. Neste ano, para o Dia de Finados, a expectativa é vender 220 mil vasos de crisântemos somando as seis áreas, 10% a mais do que ano passado. Eles trabalham separadamente, mas na data se unem para atender a clientela. Com cada vaso saindo a R$ 5 (e toda a produção já vendida antecipadamente), o faturamento em conjunto gira em torno de R$ 1,1 milhão.



Somada a área de todos, são 40 mil metros quadrados de estufas exclusivas para a o cultivo de flores, principalmente, de crisântemo, gérbera, tango, áster e mudas de rosa. José Ângelo e Luís ficam numa área de quatro hectares (ha), sendo 1,5 ha com estufas. A produção semanal dos irmãos é de três mil vasos e dois mil maços de tango. Neste momento de pico, a expectativa é comercializar 80 mil vasos de crisântemo.

José explica que o grande desafio da atividade, na sua opinião, é a comercialização. Ele comenta que tem certa segurança neste sentido porque a família está há muitos anos na atividade. Entretanto, com a concorrência acirrada e maior número de produtores apostando nas flores, fica complicado iniciar no ramo. "Temos clientes que confiam em nosso trabalho há muitos anos. Nos picos produtivos, por exemplo, trabalho com o Muffato, que leva minhas flores para diversas regiões do Paraná e São Paulo".

Já no dia a dia, a produção de José e Luís são as funerárias, seus principais clientes. Mesmo com boas vendas, a dificuldade deles agora é melhorar os valores de comercialização. José cita que o principal concorrente é Holambra, município do estado de São Paulo. "Como aumentou muito o número de produtores naquela região, os caminhões vêm para cá desovar a produção deles. Essa competição nos impede de melhorar nossos valores, que estão desatualizados frente aos nossos custos".

Se um vaso de crisântemo hoje é comercializado a R$ 5, o ideal, segundo o produtor, seria pelo menos a R$ 6,50. "O adubo e os defensivos subiram e não conseguimos repassar esses custos. Temos que acompanhar os preços que vem de Holambra". Apesar dessas dificuldades, José Ângelo comenta que a ideia de todos os irmãos é continuar crescendo "de forma controlada, principalmente atentos à produtividade".

Imagem ilustrativa da imagem Família Metta: exemplo de produtividade em Apucarana