As frutas colhidas agora no fim do ano geralmente precisam de um período de frio para que se desenvolvam e cheguem à mesa dos consumidores nas festas natalinas e de Ano-Novo. Em Santo Antônio do Paraíso, Luiz Antonio Polican já terminou a colheita do pêssego e ameixa há pelo menos 20 dias e acabou sofrendo com uma produção "mais fraca" que a normal. O calor forte – mais uma vez – foi o grande problema da safra.

Entre as sete variedades que cultiva, Polican explica que precisam de pelo menos 150 a 250 horas de frio entre 3ºC e 7ºC, condição fundamental para a brotação e florescimento das frutíferas. "Este ano, acredito que no máximo tivemos aproximadamente 100 horas de frio e isso acabou impactando em nossa produção".

Em sua área de três hectares de pêssego e uma de ameixa a produtividade normal fica em 25 toneladas por hectare, mas este ano houve uma retração de 40%, atingindo no máximo 15 toneladas por hectare. Mesmo assim, as frutas ficaram bem vistosas. "Foi uma produção bem fraca, com um inverno em temperaturas muito elevadas. Assim, a colheita ficou bem aquém do ano passado."

Imagem ilustrativa da imagem Faltaram horas de frio para o pêssego



Ele relembra que em 2016 os preços fecharam em R$ 2,50 o quilo para o pêssego, o que considerou "razoável". Para este ano, ele acredita que vai fechar em R$ 1,80 o quilo, mesmo com uma produção menor. "Eu acho que o consumidor está segurando os gastos devido ao momento de crise que estamos vivendo e isso está influenciado diretamente nos preços", complementa Polican.

Em relação ao manejo da fruta, ele comenta que o mais trabalhoso com o pêssego é o "raleio" da planta. "Se deixamos muitas frutas por galho, ela fica muito pequena. No máximo, precisamo deixar de duas a três frutas por galho. Outra coisa que encarece é a colheita e o embalo do produto, ou seja, tudo relacionado à mão de obra."

Já a doença que mais ataca a cultura na propriedade de Polican é a ferrugem. "Para o controle são necessárias muitas pulverizações, sempre mudando o princípio ativo dos defensivos. Na colheita, as pulverizações são semanais."

DIVERSIFICAÇÃO
Para tentar driblar as dificuldades com as frutas de caroço, o produtor de Santo Antônio do Paraíso está buscando diversificar sua propriedade. Ele já está apostando na hidroponia e conta com alface, rúcula e agrião totalizando 3,5 mil plantas em estufa. "Tenho um total de 7,1 hectares e sempre pensando algo nos últimos anos. Agora, o próximo passo são as estufas com morangos", planeja ele.