O Paraná lidera o ranking na produção de tilápia, que representa 91% de toda a criação
O Paraná lidera o ranking na produção de tilápia, que representa 91% de toda a criação | Foto: Anderson Coelho/02-10-2013



Nesta semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados da PPM (Pesquisa Pecuária Municipal) de 2016 que apontam que a produção de peixes no País cresceu 4,4% comparado ao ano anterior, atingindo a marca de 507,12 mil toneladas. Logo atrás de Rondônia, o Paraná permanece na segunda posição, atingindo a marca de 76 mil toneladas (15% do volume nacional) e um crescimento de incríveis 9,8% no comparativo.

A tilápia continua sendo a principal espécie produzida no País, com 239 mil toneladas, ou 47,1% do total da piscicultura. A produção aumentou 9,3% em relação a 2015. O Paraná lidera o ranking quando o assunto é apenas tilápia, já que a espécie representa 91% de toda a criação e está mais concentrada no Oeste. A região representa 69% de toda a produção, com atuação em 48 municípios próximos a Toledo e Cascavel. Segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural), o Oeste é responsável pela produção de 55,5 mil toneladas de peixe por ano, sendo que 96% são tilápia. Atrás do Oeste, está a região Norte com 14% da produção e os outros 17% estão divididos entre o Sul e o Noroeste do Estado.

Frente a toda essa pujança econômica de um dos segmentos agropecuários que mais cresceu nos últimos anos - a Faep (Federação de Agricultura do Estado do Paraná) encaminhou dois ofícios este mês para pedir apoio à aquicultura do Estado. Isso porque a produção de peixes não conta com subvenção no seguro rural e ainda não tem um levantamento de preços por parte do poder público, como ocorre no Paraná com outras carnes e grãos, por exemplo. Os documentos foram enviados ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e à Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná).

No documento enviado ao Mapa, a entidade argumenta que é necessário alocar recursos no Programa de Subvenção ao PSR (Prêmio do Seguro Rural) para a
subvenção na modalidade aquícola. "O apoio do PSR ao produtor é importante para possibilitar o acesso às coberturas previstas nesta modalidade de seguro, a qual é precificada conforme as características de cada produtor, sendo inviável a sua contratação sem subvenção", relata o presidente da Faep, Ágide Meneguette.

Imagem ilustrativa da imagem Faep solicita apoio à piscicultura



DESAFIOS
No ofício encaminhado à Seab, a Faep reforça que mesmo com um crescimento expressivo nos últimos anos, a produção de tilápia ainda enfrenta muitos desafios, principalmente em relação à organização da cadeia produtiva. "O preço praticado na venda da tilápia inteira é instável e divergente entre as regiões e essa instabilidade gera insegurança para o setor afetando diretamente aos produtores rurais", problematiza o presidente.

Por isso, a entidade solicitou a inclusão do preço pago ao produtor de tilápia no levantamento disponibilizado periodicamente pelo Deral. "A divulgação do preço da tilápia pago ao produtor vai auxiliar na organização da piscicultura no Estado, fortalecendo o crescimento e a sustentabilidade da atividade", aponta Meneguette.

A expectativa é que o Paraná feche 2017 com uma produção de tilápias em 100 mil toneladas e, por isso, diversos investimentos estão em andamento para fomentar a cadeia. O processamento e industrialização da produção são atendidos pelas cooperativas Copacol, C.Vale, Copisces e frigoríficos locais.