Os números de exportação brasileira com aumento total de 22%, claro, também são reflexo do trabalho das cooperativas. Afinal, os números nacionais apontam para um envio de 23,8 milhões de toneladas de soja até o momento, alta de 14,4% frente aos 20,8 milhões de toneladas do ano passado. Quando se trata da movimentação econômica, a alta para a oleaginosa é de 27,9% no quadrimestre.

No Brasil, as exportações das cooperativas tiveram leve salto: de US$ 1,87 bilhão para US$ 1,98 bilhão, um acréscimo de 5,8%. No caso das cooperativas do Estado, os números ficaram estáveis no comparativo. Este ano até agora a movimentação foi de US$ 640 milhões, contra US$ 644 milhões no mesmo período de 2016. "Este valor mantém nossa posição como o principal centro de exportação do cooperativismo brasileiro", explica o assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Gilson Martins.

Imagem ilustrativa da imagem Exportações das cooperativas do PR devem ganhar mais ritmo



No caso do Paraná, a estabilidade das exportações até o momento – mesmo com um volume produtivo elevado – está possivelmente justificado no ritmo de comercialização menor do que no ano passado. Até abril do ano passado, a comercialização da safra era de 49% de 16,5 milhões de toneladas, enquanto neste ano está em 37% de 19,3 milhões de toneladas. "O mercado, por conta do próprio câmbio, está menos acelerado. As cotações internas têm influenciado nas vendas", salienta Martins.

De fato, os valores da saca estão menos interessantes. A média do ano até agora é de R$ 61,31, com o preço fechando em abril na casa dos R$ 55,99. No mesmo mês do ano passado, o valor era de R$ 66,01, ou seja, retração de 15%. Em junho, a saca chegou a R$ 80,96. O valor médio de 2016 ficou muito próximo aos R$ 70. "A comercialização da safra vai ocorrer. Pode ser que neste primeiro momento esteja mais lento, mas vai caminhar, até pela questão da armazenagem".

Quando questionado se os produtores cooperados hoje, de fato, estão atentos a certas ferramentas de comercialização, o assessor da Ocepar pontua alguns mais utilizados no Estado. "A comercialização por meio da bolsa no mercado futuro é mais expressivo no Mato Grosso. Conversando com corretoras, o pessoal disse que o travamento de preços não foi muito utilizado nesta safra. O que acontece muito são as operações de troca por insumos, tanto em cooperativas como nas empresas. Acredito que ao longo dos próximos anos esses mecanismos vão se tornar cada vez mais importantes". (V.L.)