Horus Aeronaves constrói naves com grande capacidade de cobertura e autonomia de duas horas de voo para uma área de cinco mil hectares
Horus Aeronaves constrói naves com grande capacidade de cobertura e autonomia de duas horas de voo para uma área de cinco mil hectares | Foto: Divulgação



Em 2010, quando os drones ainda estavam longe de ser uma realidade na agricultura nacional, jovens da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trabalhavam na construção de aeronaves não tripuladas em projetos de pesquisa e participando de competições nacionais e internacionais. Perceberam, então, que a aerofotogrametria convencional era algo caro e pouco viável, uma vez que era realizada com aeronaves tripuladas. Os drones, portanto, seriam uma alternativa de serviço mais barato e eficiente.

Quatro anos depois, eles criaram a Horus Aeronaves e hoje contam com mais de 30 funcionários, com sedes em Florianópolis (SC) e Piracicaba (SP). 70% dos clientes são do agronegócio, com foco na venda de drones e prestação de serviços na análise minuciosa dos mapas gerados: informações como falhas de produtividade, identificação de pragas e doenças, crescimento da vegetação, aplicação de insumos em taxa variável e controle ambiental e ocupação são algumas das informações captadas. A empresa também trabalha com topografia, licenciamento ambiental e mineração.

O engenheiro mecânico e CEO da Horus, Fabrício Hertz, relata que o desenvolvimento da tecnologia de drones nos últimos dois anos está ligado diretamente à inteligência artificial, ou seja, uma leitura mais eficaz dos mapas gerados. "Para trabalhar em cima de uma quantidade de informações geradas pelos drones, é necessário um sistema automatizado, um algoritmo de inteligência artificial para varrer um mapa gigante e tirar diversas informações em pouquíssimos minutos".

A empresa constrói naves com capacidade de cobertura muito grande, com autonomia de duas horas de voo para uma área de cinco mil hectares. Os equipamentos custam em média R$ 70 mil, o cliente recebe um curso operacional, aprende as técnicas de voo e captação de dados. Depois, de forma bem simples, a empresa fornece um sistema para que esses dados sejam processados e analisados on-line, recebendo relatórios minuciosos. O valor desse serviço custa em média R$ 1 por hectare. "O cliente também recebe indicações agronômicas do melhor momento para voar dependendo da cultura".

Hertz cita cases muito bacanas que aconteceram com produtores, cooperativas e consultores. Diagnósticos que permitiram encontrar médias de 30% de falhas na cultura da soja e de 40% a 55% na cultura do milho. Problemas de doença, nutrição, entre outros em que o dono da área não tinha ideia nenhuma sobre o que estava acontecendo. "Eram situações graves e não havia uma maneira de coletar dados porque, por exemplo, a situação problemática era num lugar de difícil acesso. Um jargão bastante batido que ouvimos dos clientes é 'porque não utilizamos isso antes'".

Para um futuro não muito distante, o engenheiro projeta um ganho enorme no que diz respeito à análise dos dados coletados. "Hoje, por exemplo, identificamos as pragas pela época. A ideia no futuro é identificar de fato qual a praga em questão pelas análises. Estamos avançando em soluções, inclusive para atender novas demandas". (V.L)