Com projeto de diversificação e agrofloresta, Carolina Ferreira Porto, de Maringá, conquista terceira colocação no prêmio Empreendedor Rural
Com projeto de diversificação e agrofloresta, Carolina Ferreira Porto, de Maringá, conquista terceira colocação no prêmio Empreendedor Rural | Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli



No cambaleante cenário econômico brasileiro, o agronegócio tem se mostrado sólido como uma rocha frente a outras atividades. Em tempos de retração do Produto Interno Bruto (PIB), o segmento aponta crescimento de 3,43% nos primeiros oito meses do ano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Além dos fatores ligados a preços e mercado, claro, a situação passa pela profissionalização do setor. Da agricultura familiar às grandes propriedades, o que se vê são produtores com capacidade de gestão e que enxergam a terra como um negócio. O amadorismo foi deixado de lado.

No Paraná, o Programa do Empreendedor Rural (PER) é a prova de que esse é o caminho seguido pelos agricultores do Estado. Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) desde 2003, este ano contou com 54 turmas, totalizando mil pessoas, que realizaram 17 encontros semanais visando ao desenvolvimento humano, elaboração de projetos acerca de cada propriedade rural e a construção de conhecimento, incluindo conceitos de mercado futuro, planejamento estratégico, questões patrimoniais, entre outros.

Ontem, mais de cinco mil pessoas se reuniram em Curitiba para a premiação do PER, com o anúncio dos três vencedores entre 88 projetos produzidos (veja no infográfico), para as mais diferentes áreas e atividades. A banca que escolheu os melhores projetos – que já estão sendo implantados em diversas regiões - contou com professores da Esalq/USP, UFPR e técnicos do Senar.



De acordo com a coordenadora do PER, Luciana Matsuoguma, o número de turmas nos últimos três anos cresceu. Para ela, a procura está diretamente ligada ao rompimento do conceito de que o agricultor precisa apenas saber sobre técnicas produtivas. "Eles perceberam a importância de aprender como o mercado se encontra, as possibilidades de negócio e as oportunidades futuras".

Para ela, o impacto é significativo no ambiente rural, já que ao passar por todo esse processo educacional e de conhecimento profundo da propriedade, os produtores crescem como pessoas e profissionais. "Eles começam a perceber o impacto que têm no meio social, gerando empregos, movimentamento a economia e com papel fundamental na produção de alimentos, independentemente da cultura que apostam".

O programa se mostrou tão eficiente que, em 2008, deixou de ser realizado apenas no Paraná e foi expandido para o restante do País. Luciana comenta que acontecem atualizações constantes de conteúdo e também dos instrutores, para que de fato o PER faça a diferença na vida dos produtores. "Sempre estamos nos perguntando a melhor forma de evoluir, junto com o mercado. O programa tem vida e precisa de atualizações."

Por fim, a coordenadora do PER, não titubeia em dizer que o meio rural precisa sempre buscar novos patamares. Só assim o produtor terá resultados efetivos. "Tem que produzir mais e melhor. Por isso toda essa profissionalização, atender o setor, entender como a tecnologia atua e, claro, se aprofundar sobre os custos e a gestão da propriedade. Todas essas informações são necessárias".

Imagem ilustrativa da imagem Empreendedorismo que transforma