Na cafeicultura há 30 anos, Maria do Parto Teixeira se prepara para uma nova fase, a produção do café com qualidade exportação: "Tenho conhecimento e sei que posso fazer isso aqui na minha propriedade
Na cafeicultura há 30 anos, Maria do Parto Teixeira se prepara para uma nova fase, a produção do café com qualidade exportação: "Tenho conhecimento e sei que posso fazer isso aqui na minha propriedade



No Patrimônio do Café, município de Ibaiti, lá está Maria do Parto Teixeira, com enxada em mãos - sol a pino - trabalhando firme na sua pequena área de três mil pés de café distribuídos por três hectares. Ela recebe a reportagem da FOLHA de forma amistosa, a lida diária não tira o seu sorriso do rosto. Maria do Parto é uma guerreira que sobrevive da agricultura familiar. Na conversa, bolo e café para acompanhar.

A casinha simples e bem arrumada conquistada por meio de um programa do Governo Estadual há três anos trouxe um alento para esta cafeicultora que não tem vida fácil. Divorciada há 16 anos, Maria vive com os dois filhos, Lucas, de 20, e Bruno, 23, que é especial e estuda na APAE da cidade. No dia a dia da lavoura, o trabalho é dividido entre ela e o filho mais novo, tendo o café como sua grande aposta de vida. "Trabalho com cafeicultura há 30 anos e sei que é uma atividade que mesmo numa área pequena como a minha, pode dar um bom retorno. É isso que sonho todos os dias".

Convidada pela economista doméstico do Instituto Emater, Luciana de Morais, para ingressar no projeto Mulheres do Café, Maria do Parto agora acredita que está no caminho certo para melhorar a sua lavoura e qualidade de vida. "Já aprendi muito nestes três anos junto ao projeto. Aprendi a fazer desbrota, adubação correta, aplicação de produtos contra pragas e doenças, colheita e a separação da produção, além das amizades nas reuniões. Até em Londrina já estive por uma semana, no Iapar, para aprender sobre a degustação do café".

Com a cartilha técnica em mente e a cultura no coração, a produtora acredita num futuro em que será possível produzir cafés especiais em sua área. Na última reunião, ela teve contato com compradores de cafeterias curitibanas e acredita que poderá fazer parte deste mundo logo em breve. "Quero melhorar minha lavoura e minha renda. Sei que para ter o café de qualidade tem que ser o café cereja, maduro, que bem cuidado dá uma bebida de primeira. Tenho conhecimento e sei que posso fazer isso aqui na minha propriedade".

E o futuro? Maria do Parto não pensa em status ou reconhecimento. Para ela, o básico é que vale a pena. "Quero aumentar minha casa e continuar trabalhando com meus filhos. Tendo o que comer, o que vestir e sobrando um dinheiro já está bom demais, porque rico a gente não fica mais!", brinca a cafeicultura, que na sua simplicidade, sonha com uma vida melhor. (V.L.)