O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está neste trabalho junto à cadeia da seda do Estado e faz ações importantes no desenvolvimento de cultivares de amoreira que podem ser utilizadas pelos produtores. Isso envolve a criar novas variedades – de acordo com as características de cada região – utilizando o banco de germoplasma da instituição.

O pesquisador da área de fitotecnia do Iapar, Ruy Seiji Yamaoka, explica que há uma renovação constante das cultivares ao longo dos anos, mas que a variedade miura continua sendo a mais utilizada no Estado, com uma área superior a 50%. "Ela está sendo substituída lentamente por outras mais produtivas, mas como se trata de um material rústico que se adapta a quaisquer condições, ainda é muito utilizada."

Independentemente da variedade, o fato é que os produtores precisam atuar de forma planejada para ter alimento suficiente nos barracões. "Tudo começa praticamente no inverno, com as podas planejadas no final de maio e começo de junho. Depois de tirar a parte área da planta, faz a rebrota dela. Nos primeiros anos de produção a planta não terá uma carga total para atender a demanda. Isso só ocorre após dois anos."

Segundo Yamaoka, muitos produtores já têm experiência de fazer esse trabalho com as plantas, mas ainda há espaço para evolução. "Se essa poda for feita de forma errada, eles não conseguem alimentar as criadas mensalmente. É preciso um planejamento da área de amoreira junto ao barracão e corte mecanizado das ramas."

No que diz respeito a pragas e doenças, o pesquisador relata que tudo é bem tranquilo. "A planta não pode receber defensivos, o bicho-da-seda é muito sensível aos agrotóxicos. O que é fundamental acaba sendo o bom trato, a nutrição de solo e reduzir a competição com as plantas daninhas."

Por fim, Yamaoka não tem dúvidas de que todas essas evoluções foram essenciais para este novo momento da sericicultura estadual. "Os jovens estavam indo embora e os produtores que ficavam não tinham nenhuma condição para inovação. Agora o cenário é outro e muitos estão pensando na sucessão familiar." (V.L.)