Atingir altos patamares produtivos estão diretamente relacionados ao planejamento da produção e o uso correto das tecnologias disponíveis
Atingir altos patamares produtivos estão diretamente relacionados ao planejamento da produção e o uso correto das tecnologias disponíveis | Foto: Marcos Zanutto/14-10-2015



Reunindo profissionais de diversos pontos da cadeia da soja, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) nasceu em 2008 com um objetivo muito claro: estimular produtores e especialistas técnicos a uma evolução de produtividade da commodity. Junto a isso, veio a ideia do Desafio Nacional de Máxima Produtividade, "provocando" a ciência e o sojicultor a ir além em sua lavoura e atingir patamares de eficiência – mesmo que em condições diferenciadas – bem acima das médias nacionais.

Basta olhar os resultados e os cases dos vencedores para perceber que a entidade atingiu o que esperava. Quando começou a premiação, a primeira edição contou com 140 produtores e o vencedor atingiu a marca de 82 sacas por hectare (ha). "Naquela época o resultado já foi bem expressivo, mas muita gente duvidava que seria possível alguém atingir a marca de 100 sacas por ha", relembra o presidente do CESB, Nery Ribas.

Não passou muitas safras para isso acontecer. Agora, nas duas últimas competições, os produtores atingiram média acima de 140 sacas por ha. Algo impensável. "Hoje temos 5.500 inscritos e um recorde de 149 sacas por ha no último concurso. O que se colocava em cheque ontem é uma realidade hoje e a partir disso temos que trabalhar para aumentar os níveis de produtividade no País, pensando que ainda temos uma média nacional na casa de 50 sacas por ha".

Na concepção de Ribas, altos patamares produtivos estão diretamente relacionados ao planejamento e fazer "agricultura pura e simples". "É preciso fazer uma programação, entender a sua área e solo. Cobertura, palhada, rotação de cultura. Não é necessário reinventar a roda, mas aplicar a ciência disponível de forma eficiente. O que acontece é que muitas vezes o produtor não aposta nessas alternativas. Velocidade de plantio, qualidade de sementes, arranjo espacial, regulação de máquinas são situações que convergem naturalmente e o produtor precisa aplicar na lavoura".

A busca pela informação de forma sistemática para a tomada de decisões também é importante. "Se o produtor não é agrônomo, precisa ter um profissional do seu lado para compartilhar informações. Nem todo conteúdo disponível hoje traz conhecimento para programar a safra".

Por fim, o produtor precisa parar de colocar a culpa no custos e na falta de crédito quando chega o momento de investir na área, como por exemplo, correção de solo. "O que nós pregamos para o produtor é que ele faça devagar, comece por um talhão, depois invista em outro. Vamos começar pelo alicerce para depois construir a casa. Comecemos com os ajustes mais simples para depois passar ao ajuste fino. Hoje temos 33 milhões de ha dedicados à cultura no País, imagine se aumentarmos nossa produtividade de 50 para 60 sacas por ha? O impacto na nossa produção já será enorme".

Para os produtores que querem conhecer um pouco mais das técnicas de manejo utilizadas nas propriedades vencedoras, basta acessar o site www.cesbrasil.org.br e conferir o raio-x das melhores práticas de cada área, com tudo que foi aplicado nas lavouras ao longo do ciclo. (V.L.)