Produtor de pupunha e fornecedor de mudas, Renato Saragoça Marcantonio garante que a atividade é fácil de se conduzir: "Trabalho há 21 anos com isso"
Produtor de pupunha e fornecedor de mudas, Renato Saragoça Marcantonio garante que a atividade é fácil de se conduzir: "Trabalho há 21 anos com isso"



Não dá trabalho para colher, não usa muito maquinário, tem baixo custo de manutenção, pouca perdas e paga bem. O agricultor José Ary Effgen, de Rancho Alegre (Norte), somente enxerga vantagens na produção de palmito pupunha, que usa para cobrir uma parte pequena dos 96 hectares do Sítio Vitória. "É bem melhor do que soja. Fiz um investimento alto, mas agora só tenho de entrar com capina e manutenção, porque são as fábricas que mandam pessoal para cortar", diz.

Ele plantou 2,5 hectares (ha) de palmeiras há oito anos, mais 1,5 há dois anos e pretende ampliar em mais 1,5. No restante da propriedade, produz laranja, milho e soja. "Não dá para apostar tudo em uma coisa só, porque posso plantar só pupunha e depois não conseguir mais comprador", diz ele, mas não é o problema que enfrenta hoje em dia. "Sempre tem alguém ligando atrás de pupunha", conta o produtor, que tem apenas um funcionário fixo para as culturas, com exceção da laranja, que exige mais mão de obra. Effgen conta que vendeu 11 mil hastes no ano passado, a um preço médio de R$ 2,80 por unidade.

Imagem ilustrativa da imagem 'É bem melhor do que a soja'



Também de Rancho Alegre, o produtor e fornecedor de mudas de pupunheira Renato Saragoça Marcantonio afirma que o mercado é comprador. Ele destaca que o principal trabalho que o agricultor terá com a cultura será nos dois primeiros anos, quando a planta está em desenvolvimento. "Trabalho há 21 anos com isso e consigo 1,2 cortes por ano, em média, com 5 mil plantas por hectare", afirma.

Para tanto, Marcantonio ensina que é preciso fazer o manejo correto, em um solo fértil, mesmo que íngreme. "O que não pode é plantar em área que alaga, que tem pedreira, em vargem, terreno que a pessoa não quer nem ir, mas quer ver se dá palmito", diz.

O trabalho para fornecer mudas não tem rendido bem. O produtor acredita que a falta de mão de obra no campo atrapalha a procura, mas diz que, após o plantio, uma pessoa pode facilmente cuidar de até 2 hectares de palmeiras. "O pequeno produtor pode trabalhar com matéria orgânica, folha de manga, esterco, papelão tratado, grama cortada do jardim. A raiz da palmeira é superficial e há fartura de material para usar na adubação", sugere.

São 42 mil cabeças plantadas por Marcantonio, que também comercializa a produção por R$ 2,80 a unidade para a indústria e por R$ 5 in natura. "O produtor que quiser trabalhar com pupunha, pode ficar tranquilo porque passamos toda a técnica para ele, que só tem de seguir e regar a cada dois dias", diz. (F.G.)