Os produtores de madeira do Norte do Paraná basicamente trabalham com o eucalipto voltado para a indústria moveleira. Entretanto, o que se vê nos últimos anos é um mercado estagnado, de menor demanda por parte das empresas devido à crise econômica o que fez com que os preços da tora estejam aquém do ideal, nada muito diferente do papel e celulose.

Para o engenheiro agrônomo do Instituto Emater de Apucarana, Fernando Martin, que por muitos anos trabalhou no hoje extinto Programa de Autossustentabilidade de Matéria-Prima para o Polo Moveleiro do Norte do Paraná (Simflor), o valor para a tora de nove anos deveria estar na casa dos R$ 150 a tonelada, mas hoje varia entre R$ 95 a R$ 105. "Os preços estão estabilizados há uns quatro anos e por outro lado o custo de produção, principalmente com o corte e transporte, sobe a cada ano. Outro problema sério é que vem aqui para o Norte muita madeira da região Centro-Sul, porque os preços pagos pela indústria de papel e celulose também estão aquém dos custos."

Mesmo com este cenário, Martin acredita que se trata de uma situação temporária e que esses preços devem ser reajustados em breve. "Hoje temos uma demanda pequena de novos plantios, geralmente temos trabalhado com o consórcio de pasto com eucalipto em algumas áreas."

A expectativa fica para o futuro, com toras mais grossas, de nove a 12 anos, destinadas a serrarias. "Madeira é commodity e seus valores também desaquecem com a economia. O negócio é esperar o melhor momento para comercializar porque hoje até esse tipo de produto está com preços piores." (V.L.)