O que vem à cabeça quando falamos em frango caipira? Com certeza, a lembrança daquelas aves de fundo de quintal, criadas soltas no terreiro, ciscando de um lado para o outro, que lhes rendeu até mesmo o nome de pé-duro ou pé-sujo.
Isso é coisa do passado, pois as galinhas caipiras da atualidade, são fruto de diversos cruzamentos que melhoram a eficiência e a rentabilidade produtiva. Apostando nessa tendência de mercado, um grupo de produtores de Ubiratã montou um criatório e um frigorífico para a produção em escala com métodos industriais de processamento e comercialização. A raça escolhida foi a francesa label rouge.
Da alimentação ao espaço físico da granja, tudo é pensado para que o frango não perca seu principal atrativo culinário: o sabor, muito apreciado por aqueles que não abrem mão de uma carne mais firme, porém muito mais apetitosa que o usual frango de granja.
O produtor Nelson Massaranduba foi quem primeiro acreditou na viabilidade da produção comercial do frango caipira. A princípio, junto com o genro Antônio Miranda, produziam pequenas remessas que eram vendidas nos supermercados e feiras locais. Mas o negócio foi prosperando e eles visualizam um bom mercado para seu produto.
Hoje, produzem cerca de três mil aves por mês. ''Temos uma parceria com três empresas de Cascavel, Campo Mourão e Apucarana que distribuem nosso produto'', conta Antônio Miranda. ''O mercado absorve toda nossa produção e só não vendemos mais porque ainda temos um limite na produção'', completa.
O produto é vendido no atacado, em média, por R$ 5,00 o quilo, enquanto um frango comum é entregue por cerca de R$ 2,00. Mesmo estando pronto para o abate somente com 100 dias, mais que o dobro do tempo do frango de granja, o preço ainda compensa essa diferença no período de criação.
Quando começou a produção, Antônio Miranda já vislumbrava um mercado promissor para o frango caipira. Mas ainda tinha receio de investir no negócio, pois conheceu diversos exemplos que deram com os ''frangos n'água''.
Por isso, procurou informação e parceria para que seu empreendimento não fosse mais um fadado ao fracasso. ''Só para se ter uma idéia, toda a estrutura do abatedouro foi comprada de um negócio que fechou'', lembra o empresário.
Mas Antônio acredita que o mercado comporta uma produção maior, por isso firmou uma parceria com a Cooperativa Integrada para aumentar o volume disponível de frangos para abate. ''Essa parceria chegou na hora certa. A Integrada vai fornecer milho para a ração e selecionou três pequenos produtores que, juntos, vão produzir mais quatro mil frangos'', comemora Antônio Miranda.