O sistema cooperativista paranaense começou a ganhar força a partir de meados da década de 1960. Desde então, a assistência técnica prestada aos agricultores tem sido de fundamental importância na melhoria dos rendimentos das lavouras do Estado. Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que o primeiro desafio das cooperativas naquele período foi levar a mecanização ao campo, com tecnologias que viabilizassem a produção agropecuária.
Turra acrescenta que a segunda fase dos trabalhos desenvolvidos pelas cooperativas foi a inserção de novas tecnologias em insumos agrícolas e, recentemente, a adoção da biotecnologia. "Trouxemos a profissionalização ao setor", comemora o gerente técnico. Na cultura da soja, Turra observa que o rendimento vem se destacando, principalmente nos últimos dez anos. "Já no milho, a nossa produtividade ainda perde para os Estados Unidos", lamenta o especialista.
Turra destaca que o Paraná tem potencial de melhorar ainda mais a sua produtividade no milho e no trigo. Segundo ele, as cooperativas paranaenses possuem um total de 1,8 mil técnicos que atuam diariamente no campo para dar suporte aos cooperados. Ele salienta que 790 deles possuem nível superior de ensino. "Agrônomos, veterinários e técnicos agrícolas formam o time de apoio aos cooperados paranaenses", completa.

Biotecnologia
Turra reclama que o custo das novas tecnologias ainda é muito caro para o bolso dos produtores brasileiros. Porém, ele destaca que as empresas privadas estão investindo mais nesse segmento. Segundo o gerente, a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), que completa 18 anos neste ano, é um exemplo de incentivo às novas tecnologias voltadas para o agronegócio paranaense.
Valdir Cavalaro, produtor na região de Rolândia (Norte), afirma que os produtos atualmente disponíveis no mercado são mais eficientes. Aliado a um clima favorável, o agricultor observa que os resultados são sempre positivos. "Produzir hoje está mais fácil", comemora Cavalaro. Nesse inverno ele espera colher em uma área de 984 hectares plantada com trigo, 59,58 sacas por hectare. (R.M.)