O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) repassou de R$ 351 milhões dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o Banco do Brasil, elevando o total encaminhado às instituições financeiras para R$ 4,518 bilhões, ou 97,54% dos R$ 4,632 bilhões previstos para a safra 2016. O anúncio foi feito recentemente pelo Conselho Nacional do Café (CNC).
Dos repasses feitos até o momento, R$ 1,752 bilhão foram destinados para a linha de estocagem; R$ 1 bilhão ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 890 milhões para custeio; e R$ 876 milhões para as linhas de capital de giro, sendo R$ 400 milhões para cooperativas de produção, R$ 276 milhões para torrefadoras e R$ 200 milhões às indústrias de solúvel.
O CNC destaca, ainda, que, do montante encaminhado aos agentes financeiros, R$ 1,002 bilhão (22,2%) foram para cooperativas de crédito, que facilitam a chegada dos recursos às mãos dos produtores.
A redução significativa do volume exportado de café no mundo chamou a atenção dos investidores sobre a atual situação da oferta do produto. Segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), as exportações globais de julho caíram 22% em relação ao resultado do mesmo período de 2015, para 7,747 milhões de sacas de 60 kg. No Brasil, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontou retração de 1,7% nas vendas externas em agosto, na comparação com julho. Nos 23 dias úteis de agosto, foram exportadas 2,62 milhões de sacas de café em grão.
Em relação à safra brasileira 2017, chuvas acima de 30 milímetros ocorridas em agosto em áreas cafeeiras do Sudeste favoreceram a abertura da primeira florada em parte das lavouras do cinturão produtor de arábica, embora não a principal. Preocupações quanto à ocorrência de novas precipitações para favorecer o pegamento dessas flores também influenciaram a valorização dos preços do café. A Somar Meteorologia informou que o avanço de uma frente fria pelo Sudeste provoca chuvas sobre parte da Zona da Mata de Minas Gerais e baixos volumes acumulados nas outras origens.
No Espírito Santo, principal produtor da variedade conilon, o quadro de seca prolongada ainda é persistente, desfavorável ao desenvolvimento da próxima safra. Segundo informações do Climatempo, até 5 de setembro havia previsão de apenas pancadas de chuvas, insuficientes para reverter a severa situação de estiagem. Para os próximos meses, a expectativa ainda é de precipitações abaixo da normalidade. Uma possível melhora do quadro climático dependerá da configuração do fenômeno La Niña ao longo da primavera, que favorecerá a ocorrência de mais chuvas sobre a região em 2017.