Elaborar o planejamento da safra; definir o manejo adequado para cada cultura, época e região; levar as inovações tecnológicas e metodológicas ao conhecimento do agricultor; orientar sobre o uso de insumos e equipamentos; auxiliar na composição de propostas de acesso ao crédito e ao seguro agrícola; aplicar ações de controle e combate a doenças e pragas; contribuir para o acesso a políticas públicas voltadas ao meio rural e fornecer consultoria de mercado. Essas são algumas das principais funções desempenhadas pelos técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas que atuam na assistência técnica, representando o elo essencial entre a pesquisa e o campo e contribuindo para o sucesso da agropecuária paranaense.
No Paraná, 1.290 funcionários executam essa função por meio do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Calcula-se que, no Estado, cerca de 370 mil famílias vivam da agricultura. Deste total, 150 mil recebem acompanhamento constante dos extensionistas do Emater, presentes em todos os municípios paranaenses. Apesar de ser um modelo para o Brasil, a assistência técnica pública do Paraná ainda está defasada em relação ao número de profissionais.
Segundo o diretor presidente do Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann, o governo já autorizou a ampliação do quadro de funcionários e, em breve, deve ser lançado um edital para atender a uma necessidade que é de mais 520 profissionais. ''Nós defendemos uma extensão oficial forte, mas também uma extensão privada forte para que juntos seja possível ampliar a assistência técnica ao produtor'', ressalta.
Além dos organismos oficiais mantidos pelo governo, as cooperativas de agronegócio possuem atualmente 1.720 profissionais oferecendo orientação especializada a 129 mil cooperados. Mas a assistência técnica também ganha destaque cada vez maior nas revendas de insumos, que buscam complementar o atendimento ao cliente. O agricultor Osmar Ishikawa é engenheiro agrônomo, mas nem por isso dispensa a assessoria de Luís Antônio Silva Gimenez, agrônomo que integra a equipe técnica de vendas da Belagrícola. Em uma área de 1.600 hectares, o produtor cultiva aveia, milho e feijão no inverno e soja e milho no verão. Em conjunto, eles definem a programação e o escalonamento do plantio, levando em consideração análise de solo, variedade e pacote tecnológico, buscando aumento de produtividade e redução de custos.
Aliado à venda das sementes e insumos, Gimenez vistoria a lavoura semanalmente para auxiliar no controle de pragas e doenças. Com base nas informações coletadas por ele e por Ishikawa, são definidas as ações a serem tomadas, como a dosagem de produto a ser aplicado. ''O diferencial é o pós-venda. A contrapartida é a informação que os técnicos nos passam e que possibilita que nos antecipemos a alguma praga ou doença que vem sendo registrada na região. Assim, conseguimos trabalhar preventivamente'', avalia Ishikawa.
Para Gimenez, o mercado exige cada vez mais profissionais capacitados e os clientes esperam assistência técnica especializada. ''A informação técnica evolui cada vez mais rapidamente e é fundamental que os profissionais acompanhem as tecnologias e o desenvolvimento da safra para proporcionar as soluções agronômicas aos clientes'', argumenta.