Maria Alice e Carlos Augusto Landucci são campistas há mais de 20 anos: contato íntimo com a natureza e novas amizades
Maria Alice e Carlos Augusto Landucci são campistas há mais de 20 anos: contato íntimo com a natureza e novas amizades | Foto: Anderson Coelho



Dormir em colchão inflável, cozinhar em fogareiro, tomar banho em banheiro comunitário. Se a cena pode ser apavorante e o contrário de férias agradáveis para muitos, para tantos outros é justamente a imagem do descanso perfeito. A professora Maria Alice Dias Landucci e o ótico Carlos Augusto Landucci são campistas há mais de 20 anos e não trocam sua barraca por hotel nenhum. Todo final de ano eles juntam todo o equipamento – que vai muito além do básico - e partem para Guaratuba. Donos de uma barraca grande, costumam hospedar sobrinhos e outros familiares.

"Ficamos sempre no mesmo camping, que é muito seguro e a grande maioria dos campistas já se conhece. Mesmo com toda a trabalheira que dá para montar e desmontar tudo, não trocamos por hotel nenhum. No quarto de hotel há um espaço limitado, já no camping temos mais contato com a natureza, observamos os pássaros e fazemos amigos. As pessoas param para conversar, se sentam para tomar uma cervejinha e comer um petisco", explica Carlos Augusto.

O casal conta que começou a acampar depois de observar alguns amigos. "No clube de pesca que frequentamos em Porecatu havia poucos apartamentos e no clube de Guaratuba a permanência máxima era de apenas uma semana. Víamos o pessoal acampando e um dia um amigo nos ofereceu uma barraca que ele tinha usado apenas uma vez e não gostou muito. Compramos na hora, a Maria Alice já tinha sido bandeirante então sabia algumas coisas. Com o tempo fomos aprendendo a fazer melhor", diz ele.

Além da barraca, eles levam diversas extensões elétricas, benjamins, colchão de ar com bomba para inflar, fogareiro, panelas, pratos, copos e talheres, todos os equipamentos de cozinha, de abridor de garrafa a bomba de tererê. Tudo fica devidamente separado, para facilitar na hora de arrumar as malas e não esquecer nada. Com o tempo eles foram aprendendo pequenos truques que facilitam a rotina e não faltam na mala peças sobressalentes para ajudar os campistas de primeira viagem ou não tão preparados. Até uma televisão faz parte da tralha, garantindo o conforto.

Como no camping preferido há geladeira e freezer, eles não precisam se preocupar com caixas de gelo ou algo semelhante, apenas com uma caneta para identificar as embalagens. Mesmo com apenas duas bocas de fogão Maria Alice não se intimida e prepara todos os anos a ceia de Ano-Novo digna de qualquer fogão profissional. "Às vezes o pessoal se espanta, pergunta como foi que consegui fazer tudo com esse fogão pequeno. Já me pediram bolinho de chuva e eu fiz, o pessoal achou que eu estava brincando quando disse que ia fazer. Eu gosto de fazer esse agrado, parece que estou recebendo as pessoas na minha casa", fala.

Carlos Augusto conta que outra vantagem de acampar é conhecer novas pessoas. "Sempre chega alguém que é novato, a gente vê que a pessoa não leva muito jeito e às vezes fica com medo de oferecer ajuda e ofender, mas no fim o pessoal acaba aceitando, fazemos amizade, emprestamos as coisas. Essa socialização é muito legal!"

Ele só recomenda que os interessados em acampar se preparem bem, levando equipamentos suficientes para fixar a barraca, já que chuvas e ventos costumam afetar mais esse tipo de acomodação. Lonas de boa qualidade garantem roupas e alimentos secos. "Tem gente que não se prepara e depois nunca mais quer acampar", lamenta.

E, por que devemos? Assista: