Luana Crispim e Nilo Mortara: "A gente queria que fosse tranquilo e significativo para nós dois"
Luana Crispim e Nilo Mortara: "A gente queria que fosse tranquilo e significativo para nós dois" | Foto: Fotos: Yellow Estúdio/Divulgação



Eles estavam há cinco anos juntos e já moravam na mesma casa. Quando os dois decidiram oficializar a união, tinham uma certeza: queriam algo com a cara deles, nada extravagante. Em dois meses conseguiram organizar cerimônia para cem convidados, que foram recebidos numa tarde de domingo. "A gente queria ficar confortável, que fosse algo que conseguíssemos aproveitar, que fosse tranquilo e significativo para nós dois", conta Luana Crispim, noiva que participou de todos os processos de montagem da festa.

O local da celebração foi o ponto de partida para a escolha do estilo. A noiva fazia questão que fosse na casa dos pais, uma chácara com muita área verde. "Tinha que ser lá, primeiro por afinidade, segundo porque o local é muito bonito", declara. Nilo Mortara, o noivo, trabalha com produção cultural e, além dos preparativos, ficou responsável também pela lista de músicas reproduzidas no dia. "Tudo para ficar do nosso jeito, com seleção para antes da cerimônia, durante e depois", declara a noiva.

Para que o local ficasse com cara de um dia especial, Crispim contratou empresa de tendas e buscou flores para deixar o ambiente mais romântico. "Eu e minha mãe gostamos de trabalhar com artesanato, então os enfeites foram montados por nós mesmas e contamos com ajuda de amigos e familiares para organizar no dia da festa", conta. A mãe também foi responsável pelas lembrancinhas: mini potes de geleia de laranja, e o irmão, que trabalha com design, pelos convites.

Uma tarde de petiscos com muita orginalidade na decoração
Uma tarde de petiscos com muita orginalidade na decoração



Ter com quem contar foi fundamental para que a celebração acontecesse. A comida foi feita pela mãe da noiva, pela sogra e por duas colegas que trabalham no mesmo restaurante que a mãe, todas cozinheiras com muita habilidade para providenciar os pratos árabes que o casal havia escolhido. "Não foi almoço, nem jantar, foi uma tarde de petiscos", explica. Por ser uma cozinha caseira, alguns quitutes foram contratados por restaurante e o que podia ser congelado, antecipando a produção, foi providenciado.

Não havia uma pessoa para servir os convidados, todos eram livres para buscar o que quisessem nas mesas dispostas, o mesmo sistema das bebidas. "Nós oferecemos vinho branco, rosé, refrigerante, cerveja e água. Colocamos em espaços com gelo e as pessoas podiam buscar. A ideia era que todos ficassem à vontade, uma tarde para se divertir", detalha.

A cerimônia também contou com ajuda. A busca por um padre falhou, mas uma amiga do casal teve a missão de colocar boas energias no momento dos votos. "Nós não tivemos padrinhos, mas ter uma pessoa que nos conhecesse como cerimonialista foi bacana. Os votos também foram importantes para relembrar o que passamos e tudo o que pretendemos passar juntos", afirma Crispim.

Imagem ilustrativa da imagem Simples e bonita



No mesmo clima do casamento, ela também foi responsável pelo próprio vestido. Participou da compra dos tecidos, do modelo e da confecção, junto com uma costureira de confiança. No dia da festa, ainda tinha trabalho, entre uma organização e outra a noiva saiu para que tivesse tempo de se arrumar, mas nada muito formal, ela mesma, com ajuda de outra amiga, fez o penteado e maquiagem.

"Antigamente os casamentos duravam três dias, um para organizar, outro para comemorar e o último para desmontar. Era tradição a participação da família. O nosso casamento teve isso", conta Crispim, que afirma que a organização do evento acabou unindo mais a família.

Rendeu muito trabalho, mas a noiva não se arrepende de como tudo foi feito. "Foi muito mais do que eu imaginava, ficou tudo lindo e todo mundo estava feliz", orgulha-se. Ter apoio foi fundamental e deu um toque especial. "O principal da festa de casamento é comemorar junto das pessoas que a gente gosta e o nosso foi assim."

'Festa com muita atração não integra'
No segmento de festas, a linha entre variedade de serviços e excesso pode ser tênue. Por isso é importante se dedicar ao que mais importa para quem está propondo a festa e ao perfil dos convidados. Com alto ou baixo orçamento, o lema "menos é mais" é guia para não errar a mão na organização de eventos.

Hoje é preferível que a festa tenha menos detalhes para um serviço com qualidade a ter muita informação e aproveitamento razoável. "A tendência é evitar colocar muitas coisas para se dedicar ao que é oferecido", informa a assessora de eventos Maria Angela Ferraz. Nesse sentido, alguns itens que eram imprescindíveis no passado, estão caindo em desuso.

O bolo em festas de casamentos é um deles. Essencial em aniversários e bodas, em matrimônios perde a função de símbolo de celebração. "É um investimento para pouco tempo de exposição, porque em casamentos há muito mais componentes que representam a união, como a própria cerimônia religiosa. O bolo ficou obsoleto", explica. Já em festas de aniversários e bodas, a assessora diz que o item continua dotado de significado e que atualmente é possível caracterizá-lo dentro da história da personagem, tornando-se a própria celebração.

Na decoração, Ferraz explica que as pessoas têm grande preocupação com o visual da festa e se esquecem de se dedicar em pontos mais importantes, como cardápio e bebidas. "Flores são lindas em qualquer ocasião, não precisa ser a mais cara. Às vezes um arranjo simples pode ser muito mais bonito e elegante que uma flor extremamente cara", exemplifica.

O cardápio e as bebidas são os itens que mais merecem atenção, segundo a assessora. Quando se convida alguém para uma festa, o desejo é que todos celebrem juntos, por isso é importante lembrar das especificidades. "A variedade nesse caso não é exagero. O ideal é se lembrar de todos e das limitações que um grupo pode ter. Uma família de diabéticos não poderia comer muitos doces, então houve casos em que foi optado por uma variedade que atendesse também a esse grupo específico", conta. Em bebidas, o investimento é semelhante ao do cardápio, com a atenção para a qualidade do produto e não apenas à quantidade.

Seja com bandas, DJs ou apresentações, o estilo do entretenimento deve contemplar os convidados. "Uma festa com muita atração não consegue integrar todos no curto período de tempo. Um DJ vai encher a pista sempre, porque oferece diversidade de estilos. Quem quiser incluir música ao vivo, deve atentar-se ao tempo dessa apresentação, porque nem todos podem gostar", explica.

Os apetrechos que eram distribuídos nas festas, como perucas e óculos, estão em desuso. Mas, de acordo com a assessora, o bom chinelinho continua conquistando o coração dos convidados. As cabines de fotos também se encaixam em alguns tipos de festas, como formaturas e aniversários, mas a assessora informa que em casamentos, que são celebrações mais formais, as cabines podem não ser bem-vindas. "Depende muito do perfil dos noivos e convidados", argumenta.

Sobre o comportamento dos convidados, Ferraz informa que o equilíbrio é o que sempre vai ditar o que pode ou não ser feito. "Nunca deve-se querer ter mais destaque que a personagem principal da festa. O convidado está lá para comemorar uma história em que ele faz parte, mas que não é a dele, então deixe brilhar quem é do brilho", indica. Portanto, é bom ter cuidado na escolha das roupas e na forma que vai se portar, não tomando o destaque para si.

Oferecer serviço de qualidade é o desejo de quem quer dar uma festa, no entanto, o custo que se tem pode ser muito alto. Atualmente, a tendência do menos é mais tem influenciado muito o mercado, é cada vez mais comum as festas contemplarem um menor número de convidados para que todos sejam atendidos com qualidade. Por isso, há hoje opções para 100 convidados, ou até íntima, entre família, com 30 convidados. Quem vai ditar o estilo é quem oferece a celebração. "Tenha equilíbrio e bom senso para determinar o que uma festa pode contemplar, mas é importante ressaltar que a decisão é pessoal, a comemoração tem que ter a cara de quem está promovendo", finaliza. (L.T.)