Seja por desejo ou necessidade, ao se aposentar muitas pessoas acabam buscando uma nova ocupação. Com o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), muitos pensam em investir em um negócio próprio. Com a discussão sobre as novas regras da Previdência Social, muitos jovens estão se preocupando sobre o que fazer mais tarde, já que o mercado de trabalho ainda tem resistência em contratar profissionais mais velhos. Por isso, embora o número de empreendedores na terceira idade ainda seja inferior ao de jovens, a tendência é que aumente cada vez mais.

"Segundo pesquisas, a idade média de empreendedores é de jovens até 34 anos. Em Londrina a idade média que atendemos é de 43 anos, mas acreditamos que isso vá mudar, pois com a reforma da Previdência muitos estão avaliando a possibilidade de empreender", explica Rubens Negrão, consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Londrina.

Segundo ele, as regras para abrir uma empresa devem ser as mesmas, independentemente da idade do empreendedor, mas algumas dicas se aplicam ao público mais maduro. A primeira delas se refere à ideia de que ao montar um negócio próprio finalmente haverá tempo para descansar e encaixar os compromissos na rotina profissional. "Nos primeiros anos a empresa exige mais atenção e dedicação. É preciso pesquisar, buscar mercado até a empresa se estruturar e o empreendedor conseguir delegar funções e assim ter tempo para afazeres pessoais", alerta Negrão.

Outra recomendação importante é fazer o que se gosta, para que a empresa não seja um peso ao longo da vida. Quem busca seus sonhos vai ter mais motivação para trabalhar aos finais de semana, justifica ele.

"Outro aspecto é buscar setores que têm longevidade, alguns tendem a ficar cada vez mais fracos. Por isso, mesmo quem é da terceira idade precisa estar por dentro da tecnologia. Outra dica é elencar quais os diferenciais para se destacar dos concorrentes. A experiência e o conhecimento sobre os produtos/serviços são importantes", aponta o consultor.

Fazer um plano de negócios onde serão previstos as despesas iniciais, o estoque, a capacidade de endividamento do novo empreendedor, a forma de tirar o pró-labore, entre outros detalhes, também é imprescindível. Negrão também recomenda que se avalie a possibilidade de ter um sócio, tanto para trazer novos conhecimentos, como informática ou outros idiomas, ou mesmo investimento financeiro. "Pode ser um filho, neto, o cônjuge, alguém que seja de confiança e esteja alinhado com o negócio", ressalta.