Além de funcional, a iluminação é muito importante na arquitura para valorizar os ambientes. "Um bom projeto luminotécnico valoriza formas e texturas. Porém, não existe uma receita, o profissional precisa criar o ambiente de acordo com o cada cliente precisa. O projeto arquitetônico deve ser pensado junto com o projeto luminotécnico pois aumenta a eficiência e a economia graças ao uso adequado de produtos. A luz interfere na produtividade e influi diretamente sobre a motivação da tarefa e na capacidade de concentração", explica a arquiteta Elisangela Theodoro, do Núcleo de Negócios de Londrina (Iarq).

No sábado (6) ela ministrou palestra no evento Arquitetando, promovido pela Yticon, em parceria com a Spagnuolo Arquitetura, Viani Arquitetura e o Iarq. Além de explicar sobre os diferentes tipos de iluminação e lâmpadas, Elisangela também deu diversas dicas de como aproveitar melhor a iluminação nos ambientes, tanto para valorizar o espaço como para torná-lo mais funcional.

Basicamente, segundo a arquiteta, existem três tipos de iluminação: a geral – que abrange todo o ambiente, a indireta – que usa superfícies para iluminar e a pontual – como em luminárias. A cor das luzes também é muito importante, porque influencia no resultado final. Enquanto a luz amarela cria aconchego, a luz branca favorece o estudo e o trabalho.

Técnicas

Elisangela explica que ao escolher a iluminação é preciso levar em conta as texturas, formas e linhas dos objetos. Dentre as técnicas, há diferentes maneiras de usar a luz:

Direta - toda a luz converge diretamente sobre o plano horizontal e as luminárias são colocadas no teto.

Direta dirigida - direcionada para frente, de modo uniforme no plano horizontal.

Iluminação direta dirigida
Iluminação direta dirigida | Foto: Fotos: Divulgação



Direta difusa – utilizada muito em bancadas de cozinha, usa um difusor, de vidro ou acrílico para suavizar a luz. Há quantidade igual de luz para todos os lados e os contrastes são minimizados. Deve ser priorizada principalmente em locais onde o acabamento é brilhante, como o porcelanato, para evitar pontos de luz no chão.

Indireta - mais suave, difusa e uniforme, traz conforto visual. É preciso que a superfície onde a luz incide seja clara para não haver perda de iluminação.

Iluminação indireta
Iluminação indireta



Destaque-dirigida - acentua objetos, é ideal para fachadas ou áreas grandes de paisagismo. Geralmente usa spots.

Wallwasher - banho de luz sobre as paredes. Usa trilhos ou spots embutidos.

Orientação – usada para balizamento e sinalização no solo ou rodapé, em fileira, formando um caminho.

É possível casar diversos tipos de iluminação no mesmo ambiente
É possível casar diversos tipos de iluminação no mesmo ambiente



Segundo a arquiteta, em ambientes integrados deve-se usar a mesma temperatura de cor para que não fique com duas tonalidades. Um cuidado importante ao escolher o tipo de lâmpada é saber se ela esquenta, o que pode causar queimaduras ou desbotar roupas caso seja usada nos closets, como as dicróicas, por exemplo.

Nos quartos, onde o ambiente deve ser aconchegante, não se deve projetar luz na cabeceira de cama. "A área pede pontos indiretos, como o uso de abajures nos criados mudos. A luz deve ser suave", orienta. A mesma dica vale para a sala de estar. Elisangela alerta para nunca direcionar os focos de luz sobre sofás e pufs, para não causar desconforto em quem estiver sentado.

Já na cozinha a luz branca é mais indicada e as bancadas devem ser bem iluminadas. O uso de fitas de led embaixo dos armários ajuda nesta função. O banheiro também pede bastante iluminação. "Cuidado com as sombras. É possível ter um ponto de luz no teto e outro nas laterais do espelho."

Nas áreas de circulação, a iluminação funciona melhor quando a luz é homogênea.