Considerado um gênero musical de origem indígena, o carimbó passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk
Considerado um gênero musical de origem indígena, o carimbó passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk | Foto: Anderson Coelho



Outro produto de "exportação" do Pará é a música. Com uma série de ritmos envolventes como o carimbó, a guitarrada, e o tecnobrega, a música paraense tomou de assalto casas de shows por todo o Brasil e até de outros países. Desde a aparição do fenômeno Calypso, nos anos 2000, muita água já passou por terras paraenses e muita gente nova apareceu. O Pará tem desde os clássicos Pinduca e Dona Onete até a nova geração representada por Lucas Estrela e Luê.

O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se e recebeu outras influências. Seu nome, em tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó.

O carimbó tem influência negra, presente no ritmo percussivo e influências portuguesas e europeias em geral. Surgido em torno de Belém, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk. Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos, como guitarras, e influências do merengue e da cúmbia.

Outra febre em Belém são as festas de aparelhagem que tocam, principalmente, o tecnobrega, uma mistura de música eletrônica com a música brega, muito popular no Pará. Destacam-se produtores caseiros e venda alternativa de CDs através de camelôs, para uma difusão mais rápida das músicas e de acordo com o artista. Mistura ritmos como carimbó, siriá, lundu e outros gêneros populares como o calypso ribeirinho, além de guitarradas, sintetizadores e batidas eletrônicas. (C.F.)

Recomenda-se ao turista não pedir para colocar banana ou leite condensado no açaí: principal acompanhamento é o peixe frito
Recomenda-se ao turista não pedir para colocar banana ou leite condensado no açaí: principal acompanhamento é o peixe frito | Foto: Anderson Coelho



Culinária com personalidade
A gastronomia paraense têm grande influência da culinária indígena. Uma das preferências locais é a maniçoba, considerada a feijoada do paraense. A iguaria é feita com uma massa de folhas de mandioca brava, chamada de maniva. A mistura é levada ao fogo por, no mínimo, sete dias para se extrair o ácido cianídrico, substância venenosa. É servida tanto nas palafitas da Vila da Barca como nos luxuosos apartamentos de um por andar próximos ao Ver-o-Rio.

Merecem destaque também as frutas da região como cupuaçu, bacuri e açaí, um dos orgulhos do Estado. Os vendidos no centro-sul, moda entre os fitness, são considerados "a água do açaí" pelos paraenses. O principal acompanhamento do consistente caldo roxo feito da casca do fruto é o peixe frito. Recomenda-se ao turista não pedir para colocar banana ou leite condensado se não quiser ouvir o famoso "tais leso?".

Somam-se a esses o tucupi, o tacacá, e o jambu. Deste último, uma espécie de agrião, é feita uma infusão colocada em uma pinga. Como o jambu tem efeito anestésico, a fama da cachaça que treme a língua se espalhou e invadiu até as baladas de São Paulo.

Todos os ingredientes são encontrados no mercado Ver-o-Peso, considerado a maior feira livre da América Latina. Andar pelo Ver-o-Peso é uma experiência sensorial completa: uma explosão de texturas, cores, cheiros, sons e sabores. O complexo do Ver-o-Peso, carinhosamente chamado de Veropa, abriga também o Mercado de Ferro, inaugurado em 1901. Toda a estrutura foi trazida da Europa seguindo a tendência francesa de art nouveau.