A empresária Herika Fondazzi (à direita) desfilou dois anos seguidos na X-9 Paulistana: "Foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida"
A empresária Herika Fondazzi (à direita) desfilou dois anos seguidos na X-9 Paulistana: "Foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida" | Foto: Arquivo Pessoal



Quando chega o Carnaval, em geral, o brasileiro busca mesmo a folia. Como nem todas as cidades contam com essa opção, a solução é viajar. Um levantamento feito pelo buscador de passagens e hotéis Momondo mostrou que a procura pelas cidades mais carnavalescas do País – Rio de janeiro, Salvador e Recife – aumentou 72% no último mês.

A funcionária pública Tamara Zázera Rezende faz parte desse grupo que viaja em busca de uma boa folia. Depois de uma infância e adolescência brincando o Carnaval em clubes de Cornélio Procópio e Itapira, ela descobriu o Carnaval de rua. "Hoje, é o que eu gosto mais", afirma.

Desde 2010, quando terminou a graduação e começou a trabalhar, ela viaja em busca dos melhores carnavais de rua do País. "O primeiro foi o de Recife, que eu adorei e tenho muita vontade de voltar. O Carnaval lá é bem frevo, muito legal", conta. Depois, Minas Gerais foi sua escolha. "Passei um Carnaval em Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas. Lá tem o Bloco do Urso, que é bem famoso, gostei bastante", lembra.

Assim como Recife, Minas também está na lista de lugares a serem revisitados por ela no Carnaval. "É que, quando eu fui para Santa Rita, a festa era em lugar fechado, não era Carnaval de rua. Quero voltar para experimentar a festa de rua mineira", justifica Tamara.

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Nos últimos carnavais, o Rio de Janeiro tem sido seu destino. Neste ano, Tamara participa pela quarta vez da festa de rua carioca. "Nós juntamos um grupo de amigos e vamos para a rua. Gosto desse Carnaval de blocos, com marchinhas, sambas, axé", argumenta.

Mas a Sapucaí não está descartada. "Acho legal também os desfiles de escola de samba, desde que eu possa participar. Ficar só assistindo não gosto. Mas, como sempre decido meus carnavais de última hora, ainda não deu certo de ir para o sambódromo", explica.

Sonho
Desfilar num sambódromo foi a realização de um sonho para a empresária Herika Fondazzi. "Sempre tive paixão por Carnaval e escolas de samba. Sonhava ir para um desfile no Rio, mas sempre achei muito caro. Em 2014, um amigo de São Paulo foi convidado por uma escola e eu fui junto", conta. Foram dois carnavais seguidos, 2014 e 2015, desfilando pela X-9 Paulistana.

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"Foi uma das coisas mais emocionantes da minha vida. Na primeira vez, foi tão maravilhoso e uma sensação tão incrível que deu vontade de ir todos os anos. Mas em 2016 uma série de fatores me impediram de participar. Depois, fiquei me sentindo culpada porque a X-9 foi rebaixada", afirma.

Mas o sonho, segundo ela, só foi realizado em parte. "Ainda não matei toda a minha vontade porque quero ir a um desfile no Rio. Mesmo que seja só para assistir", argumenta. Isso ainda não vai acontecer em 2017, já que, com casamento marcado para o segundo semestre, Herika não pretende viajar no Carnaval.

"O desfile das campeãs é ainda mais legal, porque não tem mais aquele compromisso oficial", conta o arquiteto Caco Piacenti, que é Beija-Flor de coração
"O desfile das campeãs é ainda mais legal, porque não tem mais aquele compromisso oficial", conta o arquiteto Caco Piacenti, que é Beija-Flor de coração | Foto: Arquivo Pessoal



Treze anos de Sapucaí

Desde criança, o arquiteto Caco Piacenti é apaixonado pelo Carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro, em especial, pela Beija-Flor. "Passava a noite assistindo aos desfiles porque achava tudo muito bonito. Acho que porque a Beija-flor ganhava muito, virou minha escola do coração", conta.

Há 15 anos, ele conheceu um amigo que desfilava pela Beija-flor e descobriu o caminho das pedras. A partir daí, Piacenti desfilou por 13 anos consecutivos, 12 deles pela Beija-flor. E como a Beija-flor quase sempre está entre as seis primeiras colocadas, que participam do desfile das campeãs, ele costuma desfilar duas vezes a cada Carnaval. "O desfile das campeãs é ainda mais legal, é uma verdadeira festa porque não tem mais aquele compromisso do desfile oficial", explica.

No seu 13º carnaval desfilando, o arquiteto se atrasou nos preparativos, que normalmente começam em outubro. "Quando fui atrás, já não tinha fantasias disponíveis na ala turística, que é aquela em que eu desfilo", conta. Nesse ano, ele entrou na avenida com as cores do Salgueiro, sua segunda escola do coração. "Também foi muito emocionante, mas vou voltar para a Beija-flor, que é a escola do meu coração, onde fui quatro vezes campeão", argumenta.
Para Piacenti, desfilar por uma escola de samba no Carnaval é mais que emoção. "Energia é a palavra que resume. Às vezes, quando a escola entra muito tarde, você já está cansado na concentração, mas quando pisa na faixa onde está escrito ‘início’, baixa uma coisa e a gente entra na avenida com a maior dignidade. Toda aquela beleza acompanhada da música é de arrepiar. E quando termina, a gente não quer parar de sambar", conta. (J.G.)

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