Denise e Marco Fabiani: gosto pela leitura contagiou os filhos
Denise e Marco Fabiani: gosto pela leitura contagiou os filhos | Foto: Saulo Ohara



A cabeceira da cama do cardiologista Marco Fabiani, 60, e da advogada Denise Packer Fabiani, 58, não está entre dois criados-mudos, como acontece em muitos lares. Está no meio de "dois armários falantes", como eles dizem. O quarto foi o local escolhido pelo casal para acomodar boa parte dos livros que possuem, pois é ali que está o cantinho preferido para a leitura. "Só sobrevivi às tardes de domingo lendo livros", comenta, com bom humor, o cardiologista.
Casados desde 1983, eles levaram para a vida a dois a paixão em comum da solteirice pelos livros, responsáveis por que se aproximassem, quando ambos ainda participavam do movimento estudantil na Universidade Estadual de Londrina (UEL)."No começo, trocávamos textos ideológicos, além de livros de Graciliano Ramos, Ferreira Gullar, Pablo Neruda e Thiago de Mello", recorda Denise.
O gosto pela leitura contagiou também os filhos do casal, Lucas, que é empresário, e André, estudante. Os dois leem bastante. Já para Marco a história foi além. Tornou-se escritor. Já lançou três livros de contos, o primeiro romance e está com o segundo já escrito, "na fase de burilar", segundo ele. Denise é a primeira leitora e a primeira crítica de tudo que o marido escreve. E não pega leve. Aponta defeitos, sugere mudanças, com a autoridade de quem já leu muito. "Ela consegue perceber até quando me deixo influenciar demais por um autor. Ajuda-me no processo de melhorar o texto", explica o escritor.



Convidados a revelar quais seriam os três livros que recomendariam para os leitores da FOLHA, saíram-se com as seguintes listas. Denise indica "Lavoura Arcaica", de Raduan Nassar (1975); "A Metamorfose", de Franz Kafka (1915); "A dama do Cachorrinho", de Anton Tchékhov (1899).
Marco recomenda "Grande Sertão Veredas", de Guimarães Rosa (1956); "Crime e Castigo", de Fiódor Dostoiévski (1866); "Os Sertões", de Euclides da Cunha (1902). (W.S.)