"Não se corrige ninguém, se pratico o respeito, o namastê. A gente faz e dá o exemplo", diz a zen-budista Monja Coen
"Não se corrige ninguém, se pratico o respeito, o namastê. A gente faz e dá o exemplo", diz a zen-budista Monja Coen | Foto: Divulgação



Estimular determinados comportamentos e ações, e ao mesmo tempo eliminar outros. Na visão da Monja Coen, dentro do significado da palavra felicidade (fértil+ frutífero) há uma chave importante para os dispostos a praticá-la. "Se você estimula o contentamento com a existência e uma atitude amorosa com todos os seres, evita o sofrimento de qualquer forma de vida, inclusive da barata que corre pelo chão, você passa a se condicionar a um estado de bem-estar, o nirvana", explicou.

Sobre a barata - ou animais que podem transmitir doenças -, ao invés de esmagá-la, uma solução é apenas retirar do ambiente ou colocar um predador como gato que só o cheiro afasta. "Certa vez, para lidar com ratos no templo, trouxemos gatos e só o cheiro deles afastou os ratos", exemplificou.

O mesmo vale para pessoas e situações. "Existe muita corrupção, sim, mas falta visibilidade para o bem. Sempre podemos encontrar um estado de bem-estar. A começar pelo entendimento de que há ações erradas. Não é a pessoa que é errada", esclareceu. Tais máximas ajudam na urgência global de "reabilitar a capacidade humana de fazer o bem".

"Só assim criamos uma condição de luz, de uma humanidade cada vez mais lúcida que não quer manipular, nem ser manipulada por ninguém". A Monja também alertou pela absoluta ineficiência de se reclamar ou buscar corrigir os outros. "Não se corrige ninguém, se pratico o respeito, o namastê. A gente faz e dá o exemplo. Nós limpamos e nós cuidamos não só do externo, mas daquilo que sai de nós, porque cada palavra feia mexe em cada partícula de água. Precisamos fazer nossa lava jato interna. Precisamos dar esse salto quântico." (M.M.)