O designer Diogo de Hercule segue mais de 1,6 mil perfis no Instagram, muitos deles relacionados a sua profissão e a gastronomia
O designer Diogo de Hercule segue mais de 1,6 mil perfis no Instagram, muitos deles relacionados a sua profissão e a gastronomia | Foto: Sonhos Altos Fotografia/Divulgação



No início, a grande graça das redes sociais era poder interagir com os amigos e conhecer gente nova. Tanto que nas primeiras redes que se popularizaram mundialmente as pessoas "pediam" para ser amigas umas das outras. Depois, veio o termo "seguir", que mudou bastante coisa nas relações entre os perfis virtuais, inclusive a motivação delas. Hoje, há quem siga pessoas cujas rotinas acham interessantes, há quem siga com objetivos profissionais, ideológicos, financeiros. Ou seja, a interação nas redes sociais perdeu um pouco do status de "amizade". Em maior ou menor grau, somos todos seguidores.

Há vários anos, o designer Diogo de Hercule mantém perfis em algumas redes sociais mais populares. Através delas, ele já fez muitos amigos pelo Brasil e fora dele. Hoje, ele ainda interage com as pessoas nas redes, mas a maior parte do tempo investido nessas ferramentas é motivado pela profissão e alguns interesses pessoais e o Pinterest – que se intitula "o catálogo mundial de ideias" – tem sido seu grande aliado.

"O Pinterest é meu passatempo. Eu até sigo algumas pessoas lá, mas nem olho a timeline. Prefiro ir direto ao que me interessa, que são os perfis de design, decoração, móveis multifuncionais, porque trazem referências para meu trabalho. E também alguns de tatuagem e gastronomia, que são coisas que me interessam", conta ele, que trabalha em uma indústria de móveis em Arapongas.

No Instagram, Hercule segue mais de 1,6 mil perfis, muitos deles também relacionados à sua profissão e à gastronomia. "Eu sigo perfis de restaurantes porque, às vezes, fico sem ideia de onde almoçar. Aí é só olhar lá, eles sempre postam alguma coisa perto do horário de almoço", justifica. Ele confessa que, apesar de seguir de volta quase todo mundo que o segue, ele pouco vê do que se passa na sua timeline.

"Antes, eu tinha paciência para ficar um tempão rolando a tela para ver tudo o que todos tinham postado. Hoje, não tenho mais, é muito raro. Domingo de manhã normalmente eu dou uma boa olhada", conta.

E tem gente que ele não segue de jeito nenhum. "Quando vejo que é um perfil com imagens de nudez ou que envolve armas, eu não sigo. Também já cansei de deixar de seguir gente que quer se mostrar, que fica postando foto na academia. Não tenho paciência para isso", explica o designer.

A jornalista especializada em moda Amanda Abranches está deixando de ser seguidora para ser seguida nas redes sociais: foco na beleza negra
A jornalista especializada em moda Amanda Abranches está deixando de ser seguidora para ser seguida nas redes sociais: foco na beleza negra | Foto: Gustavo Carneiro



Causa social
A jornalista especializada em moda Amanda Abranches sempre seguiu perfis que têm como tema estilo, moda, beleza, cabelos, maquiagem, principalmente com foco na mulher negra. "Acho que a beleza negra precisa de autoestima, precisa se firmar, para parar de seguir esse padrão de beleza europeia e branca", afirma.

Como os perfis voltados para esse segmento estão mais concentrados em outras regiões do Brasil, Amanda sentia falta de ter esse tipo de informação mais próxima. "As meninas que trabalham esse assunto nas redes sociais são do Rio, São Paulo ou Nordeste. Aqui, não sei de ninguém. Londrina explora muito pouco esse assunto e tem muita gente por aqui interessada, meninas que precisam se enxergar enquanto negras, bonitas e capazes", argumenta.

Assim, Amanda decidiu juntar um interesse pessoal com uma causa social e, aos poucos, tem deixado de ser apenas seguidora para ser seguida. Somando Facebook, Instagram e Youtube, Amanda já computa quase 6 mil seguidores. "No Youtube, é muito difícil conseguir seguidores porque a concorrência é muito grande. No Face também não é fácil, não", conta.
Mas, segundo ela, já tem valido a pena. "Percebi que as pessoas precisam de referências. Tenho atingido um público adolescente que tem dificuldades com o cabelo, a maquiagem. Elas me mandam mensagens, pedem dicas e, com isso, estou me vendo numa situação bem legal de poder ajudá-las", conta Amanda.