Gabriela Souza costuma levar seus hóspedes para conhecer os pontos turísticos de Londrina, como o Zerão
Gabriela Souza costuma levar seus hóspedes para conhecer os pontos turísticos de Londrina, como o Zerão | Foto: Saulo Ohara



Que tal viajar e não pagar nada pela hospedagem? Não é só na casa de amigos e parentes que hoje isso é possível. Através do CouchSurfing – algo como "surfe no sofá" -, qualquer pessoa pode viajar para qualquer local do mundo e se hospedar na casa de um anfitrião disposto a receber alguém, de forma gratuita.

O termo CouchSurfing surgiu em 2002, com a ideia de ser uma rede para hospedar pessoas de graça. Dez anos depois, segundo o site oficial, já eram 1 milhão de membros, em 180 países. Hoje são mais de 4 milhões de participantes, distribuídos por 80 mil cidades por todo o mundo.

Mas não é só para economizar que as pessoas utilizam o CouchSurfing. A rede também se tornou uma maneira de fazer amigos e conhecer novas culturas, como afirma a assistente de negócios Gabriela Abreu de Souza, que já se hospedou em outras cidades e também recebeu hóspedes.

"Eu já fui para Curitiba, Maringá, Cascavel e Acre e também recebi viajantes vindos de Santa Catarina, do Acre e da Alemanha. O rapaz acreano não ficou hospedado na minha casa, mas colocou na rede que estava fazendo uma mochilão de bike pelo país e ficaria alguns dias em Londrina, por isso queria alguém que pudesse mostrar a cidade para ele. Ficamos amigos e tempos depois fui convidada a passar uns dias na casa dele. O legal do CouchSurfing é isso, ter alguém que possa te ajudar em uma cidade estranha. Tem essa troca de cultura e de informações. É claro que isso não é obrigatório, mas quem participa da rede são pessoas com perfil parecido, mais abertas e dispostas a fazer amizades", garante.

Para participar é necessário fazer um cadastro no site ou no aplicativo. Quando precisar de uma vaga é só dizer o motivo da viagem, quantos dias precisa de hospedagem e esperar aparecer um anfitrião. Tanto quem hospeda quanto o hóspede são avaliados e é através delas que ambos vão conseguindo uma boa reputação. Souza conta que sempre leva em conta essas avaliações antes de receber alguém, o que também é uma forma de tornar o processo mais seguro. O usuário também pode optar por validar a conta pagando uma pequena taxa, uma forma de mostrar que o perfil é real.

Os membros costumam promover encontros, principalmente quando um deles está com um hóspede que veio a passeio e quer conhecer novas pessoas. "É também uma rede de relacionamentos. E geralmente quem se hospeda sempre deixa algo para o anfitrião, uma lembrança simbólica, pode ser uma carta, um chaveiro. O sistema vai muito além da economia", finaliza.

De excursão também se vai longe

Falta de tempo e orçamento baixo impedem que muitos aproveitem as férias e feriados prolongados viajando. No entanto, há uma alternativa viável para quem não quer ter dor de cabeça com os trâmites de passagens, passeios e hotéis, ter segurança e ainda poder parcelar todas as despesas juntas. É a excursão turística.

Motivo de olhar torto e até más lembranças, a excursão às vezes é vista como uma cilada. No entanto, atualmente há empresas e instituições sérias investindo no serviço e oferecendo pacotes interessantes. O Sesc Paraná disponibiliza esse tipo de viagem há mais de duas décadas. "Não é só para o comerciário (que tem algumas vantagens), mas para o público em geral. E estão inclusos as refeições, hotéis, alguns passeios, o guia e a viagem. A pessoa não se preocupa com nada, a estrutura está toda pronta", explica Moacir Guerra, responsável pela venda das excursões no Sesc Londrina Centro.

Por possuir hotéis próprios em vários cantos do Brasil, o Sesc oferece o serviço por valores mais baixos, o que denominam por Turismo Social, saindo de várias cidades do Paraná. Fora da instituição, há agências que também disponibilizam o serviço e, diferente do que se pensa, não é uma regra ter que compartilhar o dormitório - ponto negativo para os mais reservados -, é possível encontrar excursões que dão opção por quartos individuais ou compartilhados, convenientes ao perfil e ao bolso de cada um. Assim, os benefícios deste tipo de viagem vão desde ter acesso a hotéis e serviços mais em conta a ter a segurança de um contrato, que permite solicitar ajuda da equipe ou, em casos mais sérios, pedir o dinheiro de volta.

As vantagens atraem, no entanto, como agradar um grupo grande de pessoas que não se conhece? "Nós temos regras básicas. Para cada excursão a gente disponibiliza o regulamento e roteiro, incluindo até o que levar, como um repelente para áreas que necessitam", explica Guerra.
A recomendação é que a pessoa que opta por este tipo de viagem esteja aberta às atividades para interagir com os demais e poder curtir melhor o local. "Por isso, muitos fazem grupos em redes sociais antes e trocam informações, formando vínculos. É um ponto forte da excursão, tem pessoas que estão há mais de 20 anos participando das excursões e continuam indo juntas", afirma.

É o caso do Frutuoso Antunes Pires, 80, que já participou de 26 excursões. "Facilita, tem seguro, é tudo organizado", ressalta. Assim, o aposentado já conheceu diversos lugares do Brasil por conta do serviço, contabilizando sete viagens a Bertioga (litoral norte paulista) e sete para Caldas Novas (GO), além de outros destinos brasileiros. Pires afirma que prefere este tipo de viagem por conta da socialização. "É mais animado, você fica conhecendo a pessoa, é bem melhor. Sempre se faz amizade nova, conhece muita gente, eu tenho muito amigo que conheci graças a excursão", finaliza.

Praticidade e segurança. A excursão é uma boa alternativa quando se confia em empresa ou instituição sérias. No entanto, é preciso gostar da convivência e da socialização com pessoas que possuem os mesmos interesses, afinal, vocês escolheram a mesma empresa, mesmo destino e vão ficar juntos pelo tempo da viagem.